A companhia de telefonia Oi (OIBR3;OIBR4) informou ao mercado, em fato relevante divulgado na madrugada desta quinta-feira (2), que entrou novamente com um pedido de recuperação judicial. Segundo a companhia, o documento foi ajuizado, na quarta-feira (1º) após o fechamento do pregão, em conjunto com suas subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A., perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em caráter de urgência.
No fato relevante, a Oi esclareceu que, conforme já havia previamente informado, tanto a companhia, como suas subsidiárias vêm empreendendo esforços, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, para conduzir as negociações com credores, visando a potencial repactuação de dívidas financeiras, fortalecimento da sua estrutura de capital e otimização de sua liquidez e perfil de endividamento. Contudo, segundo a Oi, apesar da companhia seguir avançando nas negociações, diversos fatores fizeram o pedido de recuperação judicial demonstrar-se necessário.
“Embora a Companhia siga avançando neste sentido, em função de diversos fatores, incluindo (a) a aproximação da data de encerramento dos efeitos da tutela cautelar de urgência que tramita no Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro; (b) as negociações ainda em andamento com os referidos credores financeiros da Companhia e seus assessores, com a existência de pontos negociais ainda sujeitos à concordância entre as partes que impossibilitam a Companhia de concluir, até o presente momento, as negociações e objetivos encionados acima; (c) o cenário econômico-financeiro em que se encontram a Companhia e suas Subsidiárias, com dívidas vencidas e o potencial vencimento antecipado e cruzado de contratos financeiros celebrados; e (d) necessidade de manutenção da proteção legal contra potenciais execuções de credores e outras medidas contra a Companhia e suas Subsidiárias, o pedido de Recuperação Judicial demonstrou-se a medida mais adequada para a Companhia e suas Subsidiárias neste momento”, informou.
Mercado reagiu ao pedido de RJ da Oi (OIBR3)
Após 30 minutos da abertura do leilão na B3, as ações da Oi despencaram. Às 10h35 (horário de Brasília), a queda foi de 11,33%, cotada a R$ 1,80. Segundo a Oi, o pedido de RJ é “um passo crítico na direção da reestruturação financeira e busca da sustentabilidade de longo prazo da companhia e de suas subsidiárias” e será submetido à ratificação dos acionistas em Assembleia Geral.
A companhia ainda afirma que seguirá com suas atividades regularmente, buscando a conquista de novos clientes, a manutenção de suas redes e serviços, o atendimento de sua base de usuários e a eficiência e otimização de suas operações. “Sempre buscando evitar quaisquer prejuízos, descontinuidade ou intercorrência na prestação de seus serviços”, disse.
“Toda a força de trabalho da Oi manterá normalmente sua atuação, com suas atividades comerciais, operacionais e administrativas. A Oi mantém o foco nos investimentos em projetos estruturantes que visem a promover melhoria de qualidade na prestação de seus serviços e nos desenvolvimentos estratégicos que permitam a permanente evolução da sua atuação como importante ator do mercado brasileiro de telecomunicações e tecnologia da informação”, afirmou.
Dívida de R$ 29 bi para 14 credores
A Oi (OIBR3) divulgou no dia 6 de fevereiro a lista de credores. Com uma dívida de R$ 29,7 bilhões, a companhia tem valores pendentes com 14 instituições financeiras. De acordo com o documento apresentado à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, o maior credor da Oi é o Bank of New York Mellon com um montante de US$ 1,73 bilhão (R$ 9 bilhões).
Nesse caso, a instituição administra títulos de dívida da Oi adquiridos por investidores. Em seguida aparece o agente fiduciário GDC Partners com montante de R$ 8,26 bilhões. Entre os credores brasileiros, o banco com maior exposição é o Itaú BBA, para o qual a empresa de telefonia deve R$ 2 bilhões. Confira a lista completa de credores da Oi:
BNY Mellon (US$ 1,73 bilhão ou R$ 9 bilhões)
GDC Partners (R$ 8,26 bilhões)
Wilmington (US$ 1,03 bilhão ou R$ 5,36 bilhões)
China Development Bank (US$ 731,97 milhões ou R$ 3,82 bilhões)
Itaú BBA (R$ 2 bilhões)
Fundação Atlântico de Seguridade Social (R$ 948,12 milhões)
Banco do Nordeste do Brasil (R$ 156,4 milhões).
Banco da Amazônia (R$ 100 milhões)
Bradesco (R$ 34,4 milhões)
ABC Brasil (R$ 2,5 milhões)
Santander (R$ 2,2 milhões)
BNP Paribas (R$ 675 mil)
Fibra (R$ 29 mil)
Modal (R$ 25 mil)