A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para cima sua projeção de crescimento da demanda de petróleo em 2023, estimando agora um aumento de 2,5 milhões de barris por dia (mbd) em comparação com a previsão anterior de 2,4 mbd, conforme indicado em seu relatório de novembro divulgado nesta segunda-feira (13).
Conforme apontado pela Opep, a alteração na projeção ocorreu devido ao equilíbrio das revisões nos dados de demanda por parte dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ao mesmo tempo em que revisões positivas para a China compensaram as revisões negativas em outros países que não integram a OCDE.
Para o ano de 2024, a Opep mantém a previsão de um crescimento de 2,2 milhões de barris por dia, sem alterações em comparação com o relatório anterior.
No que diz respeito à oferta, a Opep ajustou para cima sua projeção de crescimento para países não membros da organização em 2023, passando de 1,7 milhão para 1,8 milhão de barris por dia. Para o ano de 2024, a expectativa é de um aumento na oferta de 1,4 milhão de barris por dia, praticamente inalterada em relação à estimativa de outubro.
“Os fundamentos do mercado petrolífero global permanecem fortes”, afirmou a organização no relatório, e o sentimento negativo em torno da demanda é exagerado. Dados recentes confirmam as principais tendências robustas de crescimento global e os fundamentos saudáveis do mercado petrolífero”, afirmou.
Após a publicação do relatório, os preços do petróleo reverteram seus ganhos.
Petróleo: preços voltam a recuar e renovam mínimas de julho
O petróleo voltou a fechar em forte queda que superou os 2% nesta quarta-feira (8). Na sessão de terça (7) recuou mais de 4%.
O barril do petróleo WTI – referência americana – com entrega prevista para dezembro teve queda de 2,27%, a US$ 75,55. Já o barril do Brent – referência global – para janeiro caiu 2,28%, a US$ 79,72. Com isso, os contratos voltaram a bater os menores níveis de fechamento desde meados de julho.
O novo recuo é atribuído à perspectiva de desaceleração da demanda e pela percepção de que o conflito entre Israel e o Hamas não deve escalar a ponto de afetar a economia global de forma significativa.
“O mercado está claramente menos preocupado com o potencial de interrupções no fornecimento do Oriente Médio e, em vez disso, está concentrado em uma diminuição do equilíbrio”, pontuam Warren Patterson e Ewa Manthey, analistas de commodities do banco holandês ING.