Operações na B3 devem superar R$ 150 bi em 2021

Para especialista do Morgan Stanley, vários fatores impulsionaram o dado.

Em meio a um mercado marcado por forte volatilidade e incertezas econômicas e políticas, as operações nas Bolsa de Valores brasileira (B3) se mantiveram firmes e devem seguir aquecidas até 2022. Para Marcelo Zema, Managing Director do Morgan Stanley, 2021 deve fechar com mais de R$ 150 bilhões em transações, que incluem ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) no País e no exterior, além de ofertas subsequentes (follow-on).

“O ano foi muito bom para o mercado de capitais, apesar da volatilidade. Contudo, não se pode olhar só a foto, tem de olhar o filme inteiro. E o final do filme é que a inflação surpreendeu negativamente e também foi necessário fazer um aperto monetário muito mais forte do que se esperava no começo do ano. Houve um enfraquecimento do teto de gastos, que foi feito de forma envergonhada”, destaca Zema ao Valor.

Mesmo com a constante oscilação do mercado, Marcelo sinaliza pontos positivos, como a aprovação da independência do Banco Central e a aceleração da vacinação no país. Os IPOs movimentaram R$ 69,2 bilhões, em 50 operações, no acumulado deste ano. Já os follow-nos totalizaram R$ 133,2 bilhões.  

“Aqui [no mercado interno], a janela está fechada neste fim de ano com essas notícias negativas. Então, as empresas estão preferindo postergar seus planos, mas continuamos a ver ‘follow-ons’ acontecendo e IPOs lá fora”, concluiu.