
O preço do ouro alcançou um novo recorde nesta segunda-feira (21), com os contratos futuros para junho encerrando o dia cotados a US$ 3.425,30 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
A valorização de 2,91% reflete a crescente busca dos investidores por ativos considerados seguros, em meio à instabilidade nos mercados financeiros dos Estados Unidos.
Segundo Neils Christensen, analista da Kitco, o metal precioso está se beneficiando da fuga de capitais de ativos tradicionais, como o dólar americano e os títulos do Tesouro dos EUA, cuja atratividade tem diminuído diante das recentes incertezas econômicas e políticas.
Ouro: recorde e busca por segurança
O ouro aproxima-se agora das máximas históricas ajustadas pela inflação, registradas em janeiro de 1981, quando atingiu US$ 3.448 por onça-troy. A atual valorização também é impulsionada pelo aumento da demanda por investimentos lastreados no metal.
Analistas observam que a combinação de fatores, como a volatilidade nos mercados financeiros, a instabilidade política e as preocupações com a política monetária dos EUA, tem levado investidores a buscar refúgio no ouro.
Com a continuidade das tensões econômicas e políticas, a tendência é que o ouro mantenha sua trajetória de valorização.
Guerra tarifária dos EUA compromete confiança no dólar
A guerra tarifária promovida pelos EUA comprometeu a credibilidade do dólar e enfraqueceu o conceito de “excepcionalismo americano”, segundo análise do HSBC. O banco britânico revisou sua perspectiva para a moeda norte-americana, adotando uma visão pessimista de médio prazo.
De acordo com estrategistas do banco, a política comercial dos EUA, marcada por tarifas imprevisíveis e uma abordagem econômica questionável, minou a confiança internacional no dólar. Antes considerado um porto seguro e símbolo de estabilidade, o dólar agora enfrenta incertezas que reduzem sua atratividade.
“Também parece improvável que a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 7 de maio mude o humor do mercado, já que a provável pausa na política está praticamente precificada”, complementa a instituição.