O ouro registrou um aumento notável e encerrou as negociações desta terça-feira (28) atingindo seu patamar mais alto desde 16 de maio. A valorização do metal precioso foi impulsionada pela queda do dólar e dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) depois que Christopher Waller, diretor do Federal Reserve (Fed), indicou o encerramento do ciclo de aumento de juros nos Estados Unidos.
O contrato futuro do ouro com entrega prevista para dezembro, negociado na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou com alta de 1,37%, atingindo US$ 2.040,00 por onça-troy.
Durante a tarde, o Fed divulgou o discurso de Waller, no qual ele enfatizou a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, afirmando que a política monetária parece estar em um bom rumo para trazer a inflação de volta à meta de 2%. Reconhecido por sua postura conservadora dentro do Fed, os comentários de Waller reforçaram a ideia de que o banco central americano não pretende aumentar os juros neste ciclo.
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O foco do mercado em Waller praticamente deixou em segundo plano o discurso da diretora Michelle Bowman, também do Fed, que foi divulgado pouco tempo depois. Ela manteve sua posição conservadora ao defender um novo aumento de juros pelo BC americano.
Agora, os investidores aguardam atentamente a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, prevista para amanhã, assim como o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), uma métrica inflacionária fundamental para o Fed, cujos números de outubro serão divulgados na quinta-feira (30).
Os analistas Warren Patterson e Ewa Manthey, do ING, alertam que o aumento do ouro aos maiores níveis dos últimos seis meses tem pressionado a demanda pelo metal na Ásia. “Negociantes de ouro na Índia estavam oferecendo descontos de até US$ 6 por onça-troy (contra US$ 3/onça uma semana antes) sobre os preços domésticos oficiais, enquanto os prêmios na China caíram para US$ 20 a US$ 40 por onça-troy (contra US$ 43 a US$ 58 uma semana antes) sobre os preços globais à vista na semana passada”.
