Apesar da volatilidade no mercado de ações, as empresas estão aumentando significativamente seus pagamentos de dividendos aos investidores este ano em comparação ao ano passado.
No primeiro semestre de 2024, as companhias distribuíram um total de R$ 165 bilhões em proventos, marcando um aumento de 40% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados da fintech Meu Dividendo, especializada em antecipação de distribuições.
Os dividendos representam a parcela dos lucros das empresas destinada aos acionistas e têm sido foco de influenciadores no campo dos investimentos, que recomendam reinvesti-los para potencializar os retornos no longo prazo.
Esse montante de R$ 165 bilhões inclui R$ 90 bilhões em dividendos, R$ 60 bilhões em juros sobre capital próprio e R$ 15 bilhões em outros tipos de proventos.
Notavelmente, essa cifra já equivale a três quartos do total distribuído aos acionistas ao longo de todo o ano passado, que totalizou R$ 224 bilhões.
Embora o aumento significativo no valor distribuído chame a atenção, o número de empresas que efetuaram pagamentos de dividendos diminuiu de 195 no primeiro semestre de 2023 para 136 no mesmo período de 2024.
Isso sugere um aumento na distribuição de proventos por parte das empresas tradicionalmente generosas, refletindo a solidez financeira dessas companhias, embora não represente uma tendência generalizada em todo o mercado.
Goldman Sachs prevê dividendos da Petrobras (PETR4) acima da Selic
Os analistas do Goldman Sachs se reuniram com Magda Chambriard, a nova CEO da Petrobras (PETR4), para discutir o futuro da gestão da companhia.
Após as conversas, os analistas mantiveram suas projeções de pagamento de dividendos da Petrobras para 2024 em 15,7%, superando a Selic, que está em 10,50%.
Essa estimativa foi baseada na confirmação da CEO de que a política de dividendos atual será mantida.
A Petrobras prevê pagar 45% do Fluxo de Caixa Livre (FCL) em dividendos, desde que o endividamento bruto permaneça igual ou inferior ao limite máximo estabelecido no plano estratégico em vigor (atualmente US$ 65 bilhões).
Portanto, a expectativa é que a companhia distribua 45% do lucro de 2024 em dividendos.
O Goldman Sachs projeta uma receita de R$ 499,6 bilhões para a Petrobras em 2024, com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 257,4 bilhões.
Dessa forma, estima-se que o Fluxo de Caixa Livre da empresa será de 17,3% neste ano, resultando em um dividendo de 15,7% do valor de mercado da ação.