Payroll: mercado de trabalho americano deve seguir aquecido

Analistas ouvidos pela BP Money acreditam que Payroll trará manutenção de aquecimento do mercado de trabalho norte-americano

O Payroll de março, índice mensal que mede os números do mercado de trabalho dos EUA, será anunciado nesta sexta-feira (10) e é aguardado com ansiedade pelo mercado financeiro global. 

Analistas ouvidos pelo BP Money acreditam na manutenção de um patamar alto na criação de empregos, como aconteceu em janeiro, quando a taxa de desemprego nos EUA atingiu o menor nível em mais de 50 anos, caindo para 3,4%, um nível não alcançado desde 1969, quando o homem chegou à lua. 

“Os dados da economia americana continuam evidenciando a força da dinâmica atual do país, o que inclusive levou o FED a alterar o tom acerca da taxa de juros. Nossa expectativa é de que o payroll venha na mesma linha, mostrando que o mercado de trabalho americano continua aquecido, assim como veio relatório de JOLTs essa semana, justificando a mudança de tom de Jerome Powell”, avalia o diretor de Portfólio da Acura Capital, André Carvalho. 

Para o economista e CEO da Ativo Investimentos, Diego Hernandez, o resultado gera ainda mais expectativa porque o movimento atual “fere” uma regra do mercado, ou seja, tradicionalmente quando os juros estão elevados para conter a inflação a geração de novos empregos esfria, mas não é o que está acontecendo nos EUA. 

“A gente está enxergando uma redução na taxa de desemprego. Quando você tem um aumento na taxa de desemprego, você mostra que a economia está entrando em processo contracionista, que é o que a gente aguarda com o aumento de juros para ter uma redução da inflação. Esse é um dado muito importante e semana que vem teremos o dado de inflação para verificar se na reunião do FED Jerome Powell (presidente do FED) terá uma mão mais fraca ou mais forte na taxa de juros”, disse o analista.

Já o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, acredita que os números de amanhã influenciarão na tomada de decisão em relação à taxa de juros.

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“O mercado amanhã tem números importantes principalmente para analisar os números da inflação. Acaba sendo um dado muito importante até pela discrepância que nós tivemos no último Payroll que estávamos esperando cerca de 180 mil novas vagas de empregos e vieram mais 500 mil vagas geradas. Isso dá uma importância forte para a taxa de juros nos EUA e pode deixar o mercado bem volátil”, pontuou. 

Taxa de desemprego nos EUA atinge menor nível em 50 anos

O Payroll anunciado em fevereiro trouxe à tona um dado recorde. A taxa de desemprego nos EUA atingiu o menor nível em mais de meio século. O resultado do último mês veio bem acima da expectativa do mercado, que apontava para a criação de 185 mil vagas fora do setor agrícola no mês. O Departamento do Trabalho informou que o número de desempregados chegou a 5,7 milhões em janeiro.

O crescimento no mês foi generalizado, liderado pelos ganhos em lazer e hotelaria, atividades profissionais e serviços empresariais e cuidados de saúde. O emprego também aumentou no governo, parcialmente refletindo o retorno dos trabalhadores após uma greve.

Em janeiro, os ganhos médios por hora trabalhada nas folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentaram em 10 centavos, ou 0,3%, para US$ 33,03. Nos últimos 12 meses, média por hora subiu 4,4%.