Os EUA criaram 12 mil vagas de trabalho em outubro, de acordo com o relatório de emprego conhecido como payroll. O número ficou bem abaixo do esperado e “pegou o mercado de surpresa”, afirma o analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos Rodrigo Cohen.
Assim que os dados foram divulgados, o dólar despencou no mundo e os índices subiram, com a expectativa de uma queda maior nas taxas de juros dos EUA, comenta Cohen.
Para analistas, os dados divulgados deixam claro que o Fed deve baixar os juros após a reunião na próxima quarta-feira (6). “Com os dados do Payroll de hoje já fica meio cravado que eles cortam 0,25%”, comentou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Cohen compartilha da mesma visão e acredita que isso deve gerar otimismo no mercado.
Assim, para o analista, é improvável que o Fed pule uma reunião e decida não cortar juros em dezembro.
Já para o CEO do Grupo Studio, Carlos Braga Monteiro, a desaceleração do mercado de trabalho americano pode fazer com que o Fed tenha mais cautela nos cortes de juros, já que o crescimento do emprego é um sinal importante para suas decisões.
Assim, para ele, há possibilidade de um adiamento de cortes, o que pode resultar em um dólar mais forte, pressionando ainda mais a inflação e o custo de crédito no mercado brasileiro.
Payroll pode aliviar preocupações com inflação
Para o analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, os dados também diminuem as preocupações com inflação. “Esse resultado, somado à manutenção da taxa de desemprego em 4,1%, reforçam o diagnóstico de um mercado de trabalho menos aquecido, indicando que o cenário inflacionário pode estar sob controle”, afirmou.
Agora o mercado aguarda os resultados das eleições americanas, que devem ser um “divisor de águas”, segundo Gala.
“O mercado está muito mais posicionado e precificado para uma vitória do Trump no momento. É claro que se a Kamala Harris ganhar pode haver uma reversão importante nos ativos”, comentou.