China: Peste suína faz ações de frigoríficos brasileiros subirem

Empresas se beneficiaram de temor no país asiático, segundo “Info Money”

As ações de frigoríficos brasileiros registraram uma forte alta nesta quinta-feira (16), após relatos de peste suína na China. Isso porque o temor, segundo especialistas ouvidos pelo “Info Money”, pode aumentar a demanda para os produtos brasileiros, ainda que alguns analistas ainda achem cedo para ver o impacto da notícia para o setor.

Às 11h56 (horário de Brasília), as ações da Marfrig (MRFG3) subiam 9,75%, a R$ 7,54, enquanto JBS (JBSS3) avançava 7,64%, a R$ 20,72; BRF (BRFS3) tinha fortes ganhos de 7,32%, a R$ 7,18, e Minerva (BEEF3) registrava alta de 5,23%, a R$ 11,67.

De acordo com a “Reuters”, o anúncio da doença pela China foi feito nesta quarta-feira (15), onde o país relatou alguns casos da chamada peste suína africana (PSA) após o feriado do Ano Novo Chinês em janeiro.

“A doença, conhecida por extinguir aproximadamente 30% da produção de carne suína na China durante o último surto entre os anos de 2019 e 2020, tem uma alta taxa de mortalidade e foi um dos eventos mais transformadores no comércio global de proteínas na história recente”, comentou o Itaú BBA, em relatório.

Nova epidemia de peste suína na China?

Entre 2018 e 2020, houve uma epidemia de PSA na China, onde a produção de carne teve uma queda de cerca de 30% e levou cerca de quatro anos para recuperar sua produção aos níveis pré-PSA, segundo analistas do Itaú BBA.

A produção de carne de porco no país caiu 11 milhões de toneladas em 2019 e 6 milhões de toneladas em 2020, voltando a seu nível de produção pré-PSA apenas em 2022, mas os preços da proteína na região permaneceram altos ao longo do período de recuperação.

Apesar do histórico preocupante, o BBA acredita que é muito cedo para assumir que haverá consequências semelhantes às da epidemia de PSA de 2019. Ao contrário da epidemia, a reportagem da Reuters destacou que a doença pode afetar até 10% da produção.

Embora chame a atenção de agentes do mercado, o banco disse ter motivos para acreditar que os impactos serão mais brandos do que durante o último surto de PSA no país, e não prevê grandes mudanças para as empresas de proteína sob sua cobertura por enquanto.

Outro ponto apontado pelo BBA é elevação dos padrões sanitários chineses para o processo de produção desde a última epidemia, mitigando parte do potencial impacto na produção no país.

Exposição ao setor

Em caso de uma intensificação do surto, o BBA disse preferir mais uma vez exposição por meio de exportadores de carne bovina, em vez de carne suína ou de aves. Dessa forma, mantém a preferência pela JBS e Minerva ante outros nomes, já que essas empresas ainda estão sendo negociadas com uma avaliação atraente.

Na mesma linha do BBA, o Bradesco BBI apontou, após a abertura em forte alta dos ativos das empresas de proteínas brasileiras, que ainda é muito cedo para dizer que a PSA terá um impacto significativo nas teses do setor.

“Em 2019, fomos os primeiros a anunciar que a PSA iria atrapalhar o mercado global de proteínas, uma vez que vimos o número de rebanhos suínos em rápido declínio na China devido à peste. Com a PSA, os estoques do setor subiram naquele ano na expectativa de maiores importações de carne da China, o que de fato aconteceu”, afirmaram os analistas do BBI.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile