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Petrobras (PETR4) cancela venda de refinaria em Fortaleza

Acordo foi rescindido “em razão da ausência de cumprimento de condições precedentes”.

A Petrobras (PETR3;PETR4) informou, nesta segunda-feira (27), que cancelou o contrato de venda da refinaria Lubnor, localizada em Fortaleza, Ceará. Segundo a estatal, o acordo foi rescindido “em razão da ausência de cumprimento de condições precedentes”.

A unidade havia sido vendida para a Grepar Participações e fazia parte do pacote de venda de metade da capacidade de refino em acordo assinado com o Cade na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A venda foi anunciada em maio de 2022 e envolvia US$ 34 milhões. Porém, fontes dizem que a empresa comprada não conseguiu atender a todas as cláusulas previstas durante o período de transição da gestão da unidade.

A unidade tem capacidade de processamento de 8,2 mil barris por dia e é uma das líderes nacionais em produção de asfalto.

Petrobras: plano de investimento não surpreende, dizem analistas

A Petrobras apresentou, na última quinta-feira (23), seu planejamento estratégico com previsão de investimentos na ordem de US$ 102 (R$ 500 bilhões na cotação atual) para os anos de 2024-2028.

Mesmo este número representando um valor 31% superior ao último plano apresentado pela companhia, especialistas ouvidos pelo BP Money dizem que o valor não surpreende.

“A revisão anual do Plano Estratégico da Petrobras leva em consideração uma série de premissas importantes para a indústria de petróleo, como estimativa de preço médio do tipo Brent e o câmbio, para período de investimentos, além do direcionamento da gestão sobre alocação de recursos nas principais áreas de atuação da estatal. Ou seja, o plano divulgado traz características que a nova gestão da Petrobras acredita ser importante para o futuro da estatal. Portanto considerando essas premissas e o direcionamento da nova gestão, pode-se considerar que a revisão está alinhada”, avaliou a estrategista de renda variável da InvestSmart, Mônica Araújo.

Já o especialista em finanças e investimentos, Hulisses Dias, analisou que o plano ainda traz dúvidas em relação ao destino dos investimentos. Ele pondera que a interferência do governo pode surtir efeitos negativos no desempenho financeiro da companhia.

“No passado, a Petrobras alocou menos capital do que estava previsto no orçamento. O orçamento apresentado representa um aumento de 30,7% em relação ao plano em vigor.. Se este maior investimento for alocado em projetos onde a Petrobras tem capacidade de gerar valor, isto reverterá na geração de caixa, porém, ocorrendo intervenções políticas para a empresa voltar a ser um braço social, o futuro não se torna promissor”.

Um outro ponto destacado pelos especialistas, foram os sinais dados pela Petrobras em relação à produção. A estatal vai aumentar o volume de investimentos destinados à área de Produção & Exploração no que foi chamado de portfólio em Implementação, que atingiu US$ 73,4 bilhões, valor 13% maior que o anterior.

“De acordo com a empresa, parte desse aumento do volume de investimentos está associado a potenciais aquisições, incluindo retorno de ativos que voltaram para carteira de investimentos. Porém, na projeção de produção de óleo e gás natural não foi observado um crescimento para o mesmo período comparável, o que significa que a empresa aumentou investimentos na área sem que isso represente aumento de produção”, ressaltou a estrategista da InvestSmart.

Hulisses Dias aponta que até mesmo a produção do carro-chefe da companhia pode ser diminuída. “As estimativas para a produção de petróleo ficaram menores, devido às condições atuais de mercado oriundas do contexto global, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados”, explicou.

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