A Petrobras (PETR4) solicitou sua inclusão como terceira interessada no processo conduzido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que analisa a possível venda da participação da Braskem (BRKM5) detida pela Novonor, por meio da NSP Investimentos.
A movimentação ocorre em meio ao avanço das negociações com o empresário Nelson Tanure, que tem demonstrado interesse na fatia da antiga Odebrecht na petroquímica.
Por volta das 11h50 desta sexta-feira (25), as ações preferenciais da Petrobras subiam 0,28%, a R$ 32,03, enquanto os papéis da Braskem recuavam 2,98%, a R$ 8,80.
Segundo o Bradesco BBI, o pedido da Petrobras para acompanhar o processo no Cade não indica, necessariamente, uma intenção de exercer o direito de preferência sobre a participação à venda.
Para o banco, a estatal parece mais interessada em monitorar a transação e proteger seus direitos contratuais como sócia relevante da Braskem, hoje, a Petrobras detém cerca de 36% do capital votante da companhia.
Já a Genial Investimentos destaca que o movimento reforça a posição estratégica da Petrobras dentro da estrutura societária da Braskem.
Para a corretora, ao entrar formalmente no processo, a estatal garante maior visibilidade sobre o avanço das negociações entre Novonor e Tanure e sinaliza ao mercado que mantém o setor petroquímico no seu radar de investimentos.
“A empresa tem uma parte do seu orçamento voltada à aquisição de ativos semelhantes à Braskem. Resta saber como ficaria sua participação no ativo caso o evento se concretize.
Uma eventual parceria com um player privado pode ser uma medida interessante, dependendo do arranjo final”, afirmou a Genial, que manteve recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 48.
A possível entrada de Nelson Tanure no capital da Braskem preocupa parte do mercado pela incerteza que traz à governança e à estratégia de longo prazo da companhia.
Como sócia relevante, a Petrobras busca garantir que qualquer mudança no controle não afete cláusulas já estabelecidas entre os acionistas.