Após alta do petróleo

Petrobras (PETR3): estratégia evita repasse de volatidades do petróleo, diz CEO 

Chambriard explicou que a estabilidade nos preços é resultado de uma estratégia da Petrobras que agora considera "as melhores condições de produção e logística"

Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4)
Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4) / Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, afirmou nesta quinta-feira que, por meio de sua estratégia comercial, a empresa tem conseguido manter a estabilidade dos preços dos combustíveis para os brasileiros, mesmo em meio à volatilidade externa provocada pelo conflito no Oriente Médio.

Em entrevista à Reuters, a executiva explicou que a estabilidade nos preços é resultado de uma estratégia da Petrobras que agora considera “as melhores condições de produção e logística” ao definir os preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras.

Segundo a executiva, essa política comercial possibilita à Petrobras atenuar a volatilidade nos preços, especialmente em cenários de alta do barril de petróleo, como o observado recentemente. O conflito no Oriente Médio fez os preços do petróleo dispararem após um período de declínio.

“Isso nos permite praticar preços competitivos frente a outras alternativas de suprimento e mitigar a volatilidade do mercado internacional”, afirmou ela.

Os preços do petróleo Brent, uma das variáveis monitoradas pela Petrobras para determinar o valor das vendas de diesel e gasolina, subiram 5% nesta quinta-feira, fechando a 77,62 dólares por barril. Esse aumento reflete as preocupações de que o agravamento do conflito no Oriente Médio possa afetar o fluxo global de petróleo.

Ajuste de preços na Petrobras

A Petrobras ajustou o preço da gasolina pela última vez em julho, com um aumento de cerca de 7% para as distribuidoras, marcando o primeiro reajuste em oito meses. No caso do diesel, a empresa não realizou alterações nos preços para as distribuidoras ao longo deste ano.

Ela destacou, mencionando o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, que no passado a Petrobras aplicava reajustes diários, repassando integralmente a volatilidade dos preços internacionais e das variações cambiais aos preços internos.

“Hoje, isso não ocorre. Nós consideramos nossas melhores condições de produção nacional de petróleo, parque de refino, terminais, dutos, navios etc, para sermos competitivos com as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e, importante frisar, sem repassar o nervosismo diário das cotações internacionais e do câmbio”, destacou.

No entanto, ela ponderou que a Petrobras continua monitorando “os acontecimentos recentes e possíveis implicações nos fundamentos de mercado”, ao mencionar o conflito entre Israel e Irã e seu impacto sobre os preços internacionais.