O especialistas reconhecem avanços na governança das empresas estatais brasileiras, porém destacam a necessidade de critérios mais técnicos para as nomeações de presidentes, diretores e conselheiros, como o caso da Petrobras (PETR3; PETR4).
De acordo com o professor Carlos Portugal Gouvêa, da Universidade de São Paulo (USP) e sócio do escritório PGLaw, uma seleção mais criteriosa para liderar as estatais proporcionaria maior segurança aos negócios.
“O histórico de uso da Petrobras para controlar a inflação, ou seja, de uma interferência governamental para orientar a companhia para uma função para a qual ela não foi criada, faz com que o valor das ações da Petrobras seja muito mal avaliado”, ressalta o professor.
“O melhor que o governo poderia fazer para a governança é indicar conselheiros totalmente independentes e deixar o conselho governar a companhia de uma forma absolutamente técnica”, afirma.
Gestão na Petrobras
O gerente de relações institucionais e governamentais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Danilo Gregório, aponta a falta de rigor na seleção e avaliação de administradores, membros do conselho e diretoria.
Gregório sugere que uma revisão periódica seja realizada para garantir o cumprimento dos objetivos das empresas estatais, visando manter a confiabilidade do mercado e reduzir questionamentos sobre a gestão.
“Se você deixa um cenário muito cinzento, sem clareza sobre qual é o papel daquela empresa em políticas públicas e se ela está desempenhando bem esse papel, dá espaço para que a estatal mude da água para o vinho.”
Nesse processo, a ampliação da transparência seria muito bom para o governo e também para o mercado.