Petrobras (PETR3): Ministro diz que estatal está no limite de preço

Estatal tem sido cobrada para aumentar preços dos combustíveis diante do descolamento em relação aos valores praticados fora do país

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na manhã desta sexta-feira (4), em entrevista ao GloboNews, que a Petrobras (PETR3; PETR4) informou estar “no limite do preço marginal” e deve reajustar os preços dos combustíveis no país em caso de oscilação para cima no mercado externo. 

Vale lembrar que, há dois meses, a Petrobras implementou uma modificação em sua política de preços, visando diminuir a vinculação com as cotações internacionais. Como resultado, os preços dos combustíveis no mercado internacional se afastaram dos valores estabelecidos pela estatal, gerando demandas por um possível ajuste.

“Eles disseram, de forma explícita, que estavam no limite do preço marginal e que, se houvesse alguma oscilação para cima a partir de agora, eles fariam o repasse ao preço dos combustíveis e seus derivados”, disse Alexandre Silveira.

De acordo com o ministro, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última segunda-feira (4), no Palácio do Planalto, representantes da Petrobras informaram da situação. 

“É claro que se houver oscilação para cima, a Petrobras terá responsabilidade com esses investidores, com a empresa, com a necessidade de seus reinvestimentos para modernizar a empresa, os repasses serão feitos. Por isso, eu quero tranquilizar os investidores”, afirmou.

Petrobras no 2T23

A Petrobras (PETR4;PETR4) comunicou ao mercado na noite desta quinta-feira (3), os resultados financeiros do segundo trimestre de 2023 (2T23). A petroleira lucrou R$ 28,782 bilhões de forma líquida, acima do consenso da Refinitiv, que previa um lucro de R$ 27,3 bilhões. 

Na comparação trimestral houve queda de 24,6% e na anual, de 47%, já esperada por conta do recuo do petróleo frente aos dois períodos de comparação. O preço médio do petróleo tipo Brent ficou em US$ 78,39 por barril entre abril e junho, queda de 31,1% versus um ano antes.

O resultado também sofreu impacto de uma baixa contábil de R$ 1,9 bilhão, diante de maiores despesas relativas à segunda unidade de refino da Rnest, com aumento do escopo do projeto, disse a petroleira, ponderando que o empreendimento é ainda resiliente e com valor presente líquido (VPL) positivo.

Em nota, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou que a companhia “apresentou uma performance financeira e operacional consistente no segundo trimestre, mantendo sua rentabilidade de maneira sustentável e com total atenção às pessoas.

“Vamos seguir trabalhando, focados no presente, mas também de olho no futuro, preparados para a transição energética justa e investindo no futuro da companhia e do Brasil.”

A Petrobras informou também que o resultado trimestral teve impacto positivo de ganhos da venda dos Polos Potiguar e Norte Capixaba, com R$ 3,4 bilhões.