O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro, afirmou nesta quinta-feira (1º) que está conversando com a Petrobras (PETR3;PETR4) para rever os acordos que prevêem a venda de refinarias e outros ativos da estatal.
Em 2019, foram feitos dois Termo de Cessação de Conduta (TCCs) entre Petrobras e o órgão, após a associação dos importadores privados ter aberto um pedido de investigação por práticas monopolistas. Os dois acordos previam a venda de oito refinarias e ativos de gás, como forma de reduzir a posição dominante da petroleira.
Agora, com a chegada de Lula ao poder, a estatal suspendeu todos os processos de venda de ativos.
“Talvez algumas questões previstas no TCC não façam sentido, a gente não sabe como vai se dar e não temos elementos. As negociações estão começando e estamos dispostos a ouvir e conversar”, disse Cordeiro a jornalistas, ao participar do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia.
Nessa revisão, o presidente do Cade pontuou que levará em conta mudanças na gestão da petroleira e nas condições de mercado, assim como a nova estratégia comercial de preços anunciada pela Petrobras no mês passado, que deixará de seguir a paridade de importação.
Petrobras (PETR3; PETR4) aprova revisão de elementos estratégicos
A Petrobras (PETR4;PETR3) informou ao mercado na manhã desta quinta-feira (1º) que o Conselho aprovou uma revisão dos componentes estratégicos para o Plano Estratégico 2024-2028. Entre os elementos está um direcionador de capex de baixo carbono na faixa entre 6% e 15%.
Nesse sentido, a revisão dos elementos visa potencializar o valor do portfólio; operar de maneira competitiva e segura; obter autossuficiência em derivados e por fim, viabilizar negócios de baixo carbono para a perenização da Petrobras.
“O capex de baixo carbono considera projetos em energias renováveis e em descarbonização das operações, que deverão dentro da governança estabelecida na companhia, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, tendo sua viabilidade técnica e econômica demonstrada”, informou a companhia.
No documento, a Petrobras ainda destaca que os investimentos devem ser financiados pelo fluxo de caixa operacional, “em níveis equivalentes às companhias congêneres, e preferencialmente por meio de parcerias que permitam compartilhar riscos e expertise, e devem buscar o retorno do investimento, redução do custo de capital, fortalecimento da Petrobras como uma empresa de energia integrada, maximizando o valor da companhia”.