De acordo com cálculos feitos pela XP, a Petrobras (PETR4) deve pagar pouco menos de US$ 10 bilhões (R$ 56 bilhões) em dividendos em 2025. Ou seja, um rendimento de dividendos, ou dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) de 10%.
O cálculo leva em conta o PLOA (projeto de lei orçamentária anual) de 2025 apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional na última sexta-feira (30).
O poder executivo apresentou uma previsão de dividendos de todas as empresas estatais de cerca de R$ 34 bilhões, sendo R$ 14,6 bilhões esperados pela Petrobras (PETR4).
Os analistas da XP chamam atenção, porém, para o fato de que a previsão do governo considera apenas os dividendos ordinários pagos de acordo com a política de dividendos de 45% do fluxo de caixa livre da companhia.
Os analistas acreditam que a estimativa é precisa e que reflete a continuação do ritmo de distribuição de dividendos dos últimos períodos (cerca de US$ 2,5 bilhões, ou R$ 14 bilhões, por trimestre).
Ela também corresponde às próprias estimativas da XP, mas veem espaço para um aumento adicional de dividendos extraordinários, já que estima o FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Acionista) da estatal em US$ 16 bilhões (R$ 89,6 bilhões).
Petrobras (PETR4) vai pagar dividendos extraordinários este ano?
Durante teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024 da Petrobras (PETR4) o CFO (diretor financeiro) da companhia, Fernando Melgarejo, comentou sobre possível pagamento de dividendos extraordinários ainda esse ano.
Segundo ele, a distribuição “depende da capacidade de geração de caixa futuro e também (de caixa) presente vis a vis a financialidade de nossos investimentos no plano estratégico”.
O CFO disse ainda que “se a gente identificar caixa superior ao necessário para distribuição extraordinária, a gente vai fazer”.
Melgarejo comentou também na teleconferência que “pagamentos futuros de dividendos extraordinários dependem de fluxos futuros e não de reserva de remuneração de capital”.
Uso de reserva não afeta pagamento futuro de proventos extraordinários
O executivo garantiu ainda que uso de reserva de remuneração para pagamento de dividendos anunciado no segundo trimestre não afeta o pagamento futuro de proventos excepcionais. “O Planejamento estratégico é importante imput para saída de caixa”, disse Fernando.
Pelas declarações do CFO, somente após a definição do próximo planejamento estratégico (2005-2029) e o Capex a ser direcionado é que se definirá o pagamento de dividendos extraordinários pela estatal em 2024.