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Petrobras (PETR4): distribuição de dividendos deve ser cautelosa

"Precisamos ser cautelosos. Os acionistas vão entender", disse Jean Paul Prates, presidente da Petrobras

A Petrobras (PETR4) deve ser mais cautelosa com relação à distribuição de dividendos bilionários à medida em que busca se tornar uma potência em energia renovável, é o que defende Jean Paul Prates, presidente da estatal.

A Petrobras é a maior empresa do setor petroquimico da América Latina. De acordo com o Valor Econômico, Prates diz que, em dez anos, cerca de metade da receita da Petrobras virá de fontes eólicas, solares e de combustíveis renováveis — e a empresa está se preparando para fazer aquisições já neste ano para impulsionar essa mudança. 

Além da transição com as fontes de energia, a estatal precisa garantir a continuidade do bombeamento de petróleo bruto por décadas. Por isso, a empresa gasta muito explorando, tanto no Brasil, quanto no exterior. 

Espaço para recompensas com a Petrobras (PETR4)

Quanto a um possível pagamento extraordinário de dividendos, Prates afirma que “precisamos ser cautelosos. Os acionistas vão entender […] Eu seria mais conservador do que agressivo. Estamos no meio dessa grande decisão de nos tornarmos uma empresa de petróleo em transição.”

Para algumas analistas, segundo o Valor, há espaço para que a Petrobras recompense os investidores. Eles estimam bilhões de dólares em dividendos extraordinários, que devem ser divulgados junto com os lucros da empresa, previstos para 7 de março. 

Para o Citi, os números deve chegar até US$ 7 bilhões. Enquanto isso, o Goldman Sachs prevê até US$ 8 bilhões. Depois da Saudi Aramco, uma das empresas com maior valor de mercado do mundo, a Petrobras foi o negócio que mais pagou dividendos no setor petroquimico, em 2022.

A estatal brasileira tem ido no sentido contrário aos seus pares estrangeiros na questão de energia limpa. A exemplo da Shell Plc e da BP Plc, que tem se concentrado mais nos combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, a Chevron Corp. e a Exxon Mobil Corp. – ambas dos EUA – não tem as fontes de energia eólica e solar como prioridade, sua atenção é voltada aos negócios em petróleo e gás.

Prates já descartou, em janeiro, que a Petrobras faça “mudanças drásticas” na estratégia. Porém, segundo ele, a empresa precisa estar preparada para oportunidades de aquisição em energias renováveis e petróleo, bem como investimentos em petroquímica e produção de fertilizantes.

“A coisa mais assustadora que vejo em dez anos é uma crise com fornecedores”, disse Prates. A Petrobras tem investido em projetos eólicos e solares no Brasil, para, posteriormente, passar para a energia eólica offshore. Além disso, o combustível à base vegetal está sendo ampliado, para ser utilizado na aviação e no transporte marítimo.