Em resposta a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras (PETR3; PETR4) informou que está analisando a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), emitida em 31 de julho, que identificou supostas irregularidades no contrato com a produtora de fertilizantes Unigel.
A empresa está considerando as medidas necessárias para abordar esses questionamentos e evitar problemas semelhantes em futuros processos de contratação.
A Petrobras enfatizou que, na decisão, o TCU negou a concessão de medidas cautelares relacionadas ao caso devido à perda de objeto e que não foram impostas providências imediatas em relação ao contrato.
O TCU detectou irregularidades na assinatura de um contrato de industrialização por encomenda, conhecido como “tolling”, firmado entre a Petrobras e a empresa Proquigel Química em dezembro do ano passado.
O contrato, que estipulava o pagamento de R$ 759,2 milhões ao Grupo Unigel e a prestação de serviços nas fábricas de fertilizantes nitrogenados da Petrobras em Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE), não foi concretizado devido ao não cumprimento das condições necessárias para sua eficácia, conforme informado pela Petrobras em junho.
Por fim, a Petrobras afirmou que agiu com diligência e em conformidade com as regras internas de governança estabelecidas.
Petrobras (PETR4) despenca na Bolsa após prejuízo no 2T24
As ações da Petrobras (PETR4) caíram mais de 2% no início do pregão desta sexta-feira (9), após a empresa divulgar um prejuízo líquido de R$ 2,1 bilhões no segundo trimestre de 2024. O dado reverte o lucro líquido de R$ 28,8 bilhões registrado em 2023.
O resultado do segundo trimestre deste ano foi o primeiro prejuízo registrado pela Petrobras (PETR4) desde a pandemia de Covid-19.
Por volta das 10h45 (horário de Brasília), o Ibovespa avançava 0,35%, aos 129.117 pontos, enquanto as ações ordinárias da estatal (PETR3) caíam 2,82%, a R$ 38,58.
Segundo analistas, os resultados financeiros da empresa vieram em linha com o esperado pelo mercado, mas os profissionais apontam para o pagamento de dividendos. Na avaliação dos analistas do banco Jefferies, a alteração na nova meta de investimentos pode afetar pagamentos futuros.
Mesmo assim, a companhia manteve uma geração de caixa robusta, o que auxiliou na manutenção dos dividendos estáveis em relação ao primeiro trimestre, conforme afirmaram os especialistas ouvidos pelo “Valor”.
Além disso, a petroleira divulgou a distribuição de R$ 13,5 bilhões em dividendos aos acionistas, com parte do montante proveniente da reserva de capital criada em 2023.