Mercado

Petrobras (PETR4): Goldman Sachs reforça compra de ações

Petróleo teve alta de cerca de 30% no 3T23, o que deve refletir nos resultados do período do setor

O Goldman Sachs está otimista com o setor de petróleo, tanto que ajustou suas projeções para acima do consenso do mercado. O sentimento pode ser justificado pela oscilação no barril do petróleo brent para novembro que, apesar de ter caído 11% nesta primeira semana de outubro, a pior desde março, teve alta de cerca de 30% no terceiro trimestre de 2023, o que deve refletir nos resultados do período do setor.

Para a Petrobras (PETR3;PETR4), que está com expectativa de divulgar os números do 3T23 em 9 de novembro, o Goldman Sachs tem a projeção o Ebitda (um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) 20% acima do consenso de mercado. A projeção é de um Ebitda de R$ 71,56 bilhões no 3T23, queda anual de 22%, mas avanço de 23% frente o segundo trimestre.

“O mercado não parece refletir uma produção e preços do petróleo mais elevados (positivos para o upstream, ou exploração e produção), bem como margens de refino saudáveis, apesar de estar abaixo da paridade internacional”, afirmam os analistas.

Além disso, espera que a estatal anuncie US$ 3,5 bilhões em dividendos junto com os resultados do 3T, de acordo com a política atualizada de remuneração aos acionistas da empresa de distribuição de 45% de seu fluxo de caixa livre. Além disso, vê capacidade para um dividendo potencial de até US$ 7 bilhões (para um dividend yield de 8%) com os números a serem apresentados no 4T23.

Petróleo fecha em alta, mas acumula queda de 8% na semana

Os preços do Petróleo encerraram o último dia útil da semana em um patamar positivo, influenciado pelos resultados do relatório de emprego dos Estados Unidos, divulgados nesta manhã, o payroll.

Nesta sexta-feira (6), o contrato do WTI para novembro fechou em alta de 0,58% (US$ 0,48), a US$ 82,79 o barril, após tocar US$ 83,28 na máxima intradiária. O Brent para dezembro, por sua vez, subiu 0,61%, (US$ 0,51), a US$ 84,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na máxima, o contrato chegou a ser cotado a US$ 84,95.

Além dos dados positivos do mercado de trabalho norte-americano, que proporcionaram um clima de estabilidade para o mercado, o forte movimento de viagens no oriente do mundo também refletiram na alta da commodity. De acordo com o monitoramento, as viagens durante o feriado da “Golden Week” na China formam um aspecto que refletiu na alta.

Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, durante o feriado de oito dias, os chineses realizaram 826 milhões de viagens turísticas internamente, um aumento de 71,3% ante o mesmo período do ano passado e de 4,1% ante 2019.

Durante essa semana, o WTI, referência na precificação do petróleo, registrou um acúmulo regressivo de 8,81%, enquanto o Brent, um recuo de 8,26%. O cenário é de receio do impacto na demanda de condições financeiras mais restritivas diante da alta do juro projetado nos títulos de renda fixa de dívida pública do governo dos EUA, os Treasuries.

O principal motivo para o tombo da commodity foi realização de lucros, após o petróleo chegar perto de US$ 100 pela primeira vez desde meados de 2022, no período após a eclosão da guerra na Ucrânia, aponta a análise de Norbert Rucker, chefe do setor de pesquisa de próxima geração do Julius Baer. De acordo com sua percepção, o humor do mercado ficou otimista em níveis excessivos no mês passado.