Após a eleição presidencial, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Banco Inter rebaixou a recomendação das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) para neutra e cortou o preço-alvo da petroleira, que foi de R$ 46 para R$ 42 visando o final de 2023. Em relatório, o analista do banco aponta que a companhia deve passar por momentos de grande volatilidade.
“Entendemos que o mar pode ficar bem agitado (muita volatilidade), com a empresa podendo velejar em mares também desconhecidos (ou não tão desconhecidos assim)”, disse Rafael Winalda, que assina o documento do Inter.
Para o banco, alguns líderes da nova gestão do Governo Federal sugerem uma flexibilização ou até mesmo uma nova política de preços para o setor e, consequentemente, para a Petrobras. Analista aponta que o fator poderia levar a um cenário já vivido pela empresa em outros tempos, incidindo em grandes prejuízos.
Windala ainda aponta que, caso o preço de venda dos derivados seja muito inferior ao praticado no mercado externo, com a venda de um barril não cobrindo os custos, agentes de mercado podem acabar se afugentando. Para ele, isso tornaria a Petrobras o único importador dos produtos e faria com que a empresa assumisse todo o possível risco da volatilidade dos preços.
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Outro pilar que embasava a recomendação de compra pelo banco era uma alocação eficiente de capital, no qual, segundo o Inter, a companhia apresentou forte evolução nos últimos anos. Entretanto, o relatório entende que existem ruídos de que a Petrobras possa passar a aumentar investimentos em refinarias, possibilitando atender a oferta interna vis-à-vis a demanda total.
Na segunda-feira (31), dia seguinte às eleições, o JP Morgan também rebaixou a recomendação da Petrobras e cortou o preço-alvo da companhia. Os analistas também levaram em conta o cenário político brasileiro, já que a empresa é uma estatal.
Por volta das 12h40 (horário de Brasília) desta sexta-feira (4), as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) operavam em queda de 0,84%, a R$ 33,20, e 0,40%, a R$ 29,85, respectivamente.
