As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) receberam recomendação de compra do J.P. Morgan. O banco norte-americano também estipulou um preço-alvo de R$ 41 para os ativos da estatal.
Após deixar de recomendar a compra dos papéis da petroleira em outubro de 2022, o J.P. Morgan afirma ter uma nova perspectiva sobre o potencial da Petrobras no cenário brasileiro e internacional. A instituição financeira acredita que a nova diretoria, encabeçada pelo ex-senador Jean-Paul Prates, não deva promover mudanças drásticas na estratégia da empresa.
“Acreditamos que, enquanto a nova administração mudará de estratégia em relação à gestão anterior, essas mudanças não são tão materiais, o que significa que a Petrobras permanece como uma ação subvalorizada com geração de FCF [fluxo de caixa livre] substancial”, escreveram os analistas Henrique Cunha, Milene Carvalho e Rodolfo Angele.
Em relatório, o J.P. Morgan ainda listou alguns pontos que justificam o aumento do posicionamento na empresa petroleira brasileira.
O primeiro deles é que existia uma grande preocupação de que a nova diretoria da Petrobras fizesse uma grande reformulação na política de preços do combustível. No entanto, ambos os limites superior e inferior seguem em bons níveis, o que reduz as chances do combustível ser vendido abaixo da paridade internacional.
Outro ponto destacado é que o setor do baixo carbono deve ser um foco de capex (investimentos feitos pela empresa), sob uma lógica de upstream (produção de óleo e gás e explorações) e os lucros volumosos obtidos com o pré-sal.
Por fim, os analistas do banco norte-americano também acreditam que os dividendos da Petrobras podem sofrer um corte pequeno, mas ainda serão distribuídos trimestralmente.
Petrobras (PETR4): Morgan Stanley recomenda compra
As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) também receberam recomendação de compra do Morgan Stanley. O banco norte-americano ainda estipulou um preço-alvo de US$ 16,50 para os ADRs (recibo de ações) da estatal.
Na avaliação do Morgan Stanley, há espaço para que a Petrobras tenha um fluxo de caixa livre de US$ 23 bilhões em 2023, com rendimento de 30%, visto que as mudanças promovidas pelo governo Lula na companhia foram menos agressivas do que o esperado.
Em relatório, os analistas da instituição financeira ainda destacaram que preços mais baixos do petróleo e um real mais forte contribuem para a natureza defensiva da ação. Além disso, o Morgan Stanley defendeu os dividendos da petroleira.
“Também somos da opinião que manter um fluxo saudável de dividendos é a solução mais fácil para o governo do Brasil se beneficiar da forte geração de caixa da Petrobras em 2023”, escreveu o banco norte-americano.
Apesar do otimismo, o Morgan Stanley tem um múltiplo-alvo de 3x, o que representa um desconto de 27% para as principais ações do setor de petróleo, o que é bastante conservador.
“Em nossos cálculos, o dividend yield implícito diminuiria para cerca de 12%, o que acreditamos ainda ser um prêmio razoável em relação aos pares internacionais”, pontuou o Morgan Stanley sobre a Petrobras.