Petrobras (PETR4) quer manter Braskem sem torná-la estatal, diz site

CFO da Petrobras disse que a estatal do petróleo considera a Braskem um negócio estratégico

A Petrobras (PETR4;PETR3) quer permanecer na Braskem (BRKM5), mas não está interessada em transformar a empresa estatal e a alta administração sinalizou que faria sentido para a produtora de petroquímicos ter um parceiro estratégico, segundo informações da Bloomberg News. 

Em uma ligação privada com analistas na quinta-feira (10), o CFO da Petrobras, Sergio Caetano Leite, disse que a estatal do petróleo considera a petroquímica um negócio estratégico, já que a transição para a energia verde pode tornar a gasolina menos lucrativa.  “Todas as grandes empresas integradas têm uma divisão petroquímica relevante”, disse ele nesta sexta-feira (11) durante uma call de resultados. 

A Petrobras é a segunda maior acionista da Braskem, atrás apenas da Novonor (ex-Odebrecht). Ela tem direitos de tag along e direitos de preferência para adquirir a participação de controle na Braskem, que a Novonor está sendo pressionada a vender para pagar suas dívidas bilionárias. 

As autoridades da Petrobras disseram que vão aguardar a decisão da Novonor antes de tomar qualquer atitude. A Petrobras disse em um e-mail que ainda está avaliando a melhor estratégia para o setor petroquímico e para a Braskem. 

Desde maio, a Novonor recebeu ofertas não vinculantes pela Braskem da Unipar Carbocloro (UNIP6), da J&F Investimentos e uma terceira da Abu Dhabi National Oil e da Apollo Global Management.  A Petrobras não vê avanço em nenhuma das ofertas e planeja manter pelo menos sua participação atual na empresa, dizem as fontes.

Braskem tem prejuízo de R$ 771 milhões no 2T23

A Braskem (BRKM5) reportou um prejuízo líquido de R$ 771 milhões no 2º trimestre de 2023. Apesar das perdas, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira (08), houve uma queda de 45% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2022. 

A receita líquida de vendas recuou 9% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 17,756 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 703 milhões no período, queda de 82% ante o segundo trimestre de 2022. Na comparação, foi registrada queda de 34%. 

“Ao longo do 2º trimestre, o cenário de demanda global seguiu impactado em função, principalmente, (i) do menor nível de consumo global como resultado das elevadas taxas de juros e da pressão inflacionária persistente; (ii) do efeito da desestocagem da cadeia de transformação; e (iii) da recuperação da atividade industrial da China abaixo das expectativas do mercado”, declarou a empresa.

“Além da menor demanda observada no período, a entrada em operação de novas capacidades continuou impactando os spreads químicos e petroquímicos no mercado internacional”, destaca o relatório.

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