A Petrobras (PETR4) confirmou, em documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta sexta-feira (22), que manterá a decisão de reter os dividendos extraordinários em abril.
A companhia vai pagar aos acionários apenas os dividendos ordinários, no valor de R$ 14.203.871.065,91, com data base da posição acionária no dia da AGO (Aseembléia Geral Ordinária), prevista para o dia 25 de abril.
A retenção de 100% dos dividendos extraordinários foi decidida em uma reunião no início de março. O mercado não reagiu bem à escolha e, em seguida, puniu a estatal com uma queda de mais de R$ 50 bilhões de valor de mercado em um dia.
A companhia sinalizou que deve repassar, ao menos em parte, os dividendos extraordinários até outubro. A informação é da coluna da jornalista Débora Bergamasco, da CNN Brasil.
Petrobras (PETR4): Fazenda insiste com Lula pelos dividendos extra
O Ministério da Fazenda deve insistir com o presidente Lula (PT) pelo aval ao comando da Petrobras (PETR4) quanto à distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas, apontaram duas fontes do governo à Reuters.
Inicialmente, os valores foram retidos pela Petrobras, que decidiu pagar apenas os proventos mínimos. Segundo as fontes do jornal, um dos argumentos usados para defender a posição, foi uma promessa feita por Lula.
Tal compromisso se refere à transformação dos recursos em investimentos públicos no futuro. Isto porque a União ocuparia posição de principal beneficiária do repasse.
Aumento dos dividendos da estatal
Na avaliação de uma das autoridades, o eventual ganho com o pagamento adicional de proventos da Petrobras, não iria fortalecer a pressão sobre Lula, devido aos fatores que podem derrubar a arrecadação do governo.
“Nós temos sido bem cautelosos com isso, a arrecadação tem vindo maior, mas o Congresso está querendo aprovar a prorrogação do Perse (programa de apoio ao setor de eventos), o Congresso quer aprovar uma alíquota menor para a contribuição patronal dos municípios, isso não acaba bem, tem que ter muito cuidado”, afirmou a fonte à agência de notícias.
Enquanto isso, a outra fonte observou que o resultado de medidas de arrecadação, já aprovadas no Congresso Nacional, se mostrou acima do esperado. Contudo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também sofreu derrotas com a reoneração da folha de salários, sob forte oposição parlamentar.
A decisão de reter os dividendos extraordinários da Petrobras veio do presidente Lula. Segundo o jornal, o mandatário deseja que a empresa utilize os recursos para investimentos.