O banco norte-americano Morgan Stanley prevê a possibilidade da Petrobras (PETR4) distribuir dividendos extraordinários no valor de US$ 3,5 bilhões, com base na disponibilidade de excesso de caixa para os próximos dois anos.
A estimativa para os dividendos extraordinários se sustenta pela disponibilidade de caixa excedente no balanço da Petrobras, segundo o banco.
Esse saldo de caixa excedente deve ficar entre US$ 6 bilhões a US$ 10 bilhões entre o 4º trimestre de 2024 e também de 2026 no cenário-base do Morgan Stanley.
O fluxo de caixa operacional robusto da Petrobras, conquistado após investimentos anuais médios de US$ 15,4 bilhões em capex (investimentos), pagamentos de leasing de cerca de US$ 8 bilhões e um saldo de caixa de referência de US$ 8 bilhões, foram os pontos que relevantes para a previsão do banco.
Para o 4ª trimestre de 2024, os analistas esperam distribuições adicionais de US$3,5 bilhões no 4T24 e US$ 3,5 bilhões no 4T25, mantendo a petroleira em uma posição financeira forte, ainda nos limites de alavancagem (dívida total máxima de US$65 bilhões) e nível de conforto (Dívida líquida/Ebitda de cerca de 1,0 vez), segundo o “InfoMoney”.
No entanto, o Morgan também vê riscos de corte de dividendos extraordinários que incluem cenários conservadores para os preços do petróleo ao definir os fluxos de caixa futuros.
Os preços internacionais do petróleo, mesmo diante da volatilidade, têm se mantido na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril. Sendo assim, o Morgan projeta os preços em US$ 73 o barril em 2025 e US$71/barril em 2026.
Quanto ao ADR da Petrobras, o Morgan Stanley reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 19.
Petrobras (PETR4) vai pagar dividendos extraordinários após 3TRI24?
Após a divulgação do balanço trimestral da Petrobras (PETR4), o diretor financeiro Fernando Melgarejo, afirmou durante coletiva de imprensa on-line realizada nesta sexta (8) que a distribuição de dividendos extraordinários segue indefinida.
“Sobre dividendos extraordinários, isso deve ser avaliado na confecção de planejamento estratégico que estamos fazendo agora e vamos enviar em 21 de novembro”, apontou o diretor da Petrobras.
“Se tivermos um nível de confiança adequado podemos sugerir à companhia”, disse o executivo, indicando também que a petroleira tomará a melhor decisão na busca pela boa saúde da empresa.
“Se acreditarmos ser adequado, podemos sugerir o dividendo extra em novembro”, acrescentou o executivo, segundo o “Valor”.
Além disso, Melgarejo afirmou que a questão da forma de distribuição de dividendos da empresa será definida até o final do ano.
Em paralelo a isso, o executivo acrescentou que a Petrobras sempre preza pelo seu compromisso com a sustentabilidade financeira. E, de forma geral, dividendos obedecem as lógicas de se a empresa tem caixa e se ela tem sustentabilidade financeira para tal decisão.