O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, nesta segunda-feira (11), que o governo federal deve observar os ‘limites’ na atuação em empresas como a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4), onde participa como acionista.
Pacheco disse, em entrevista ao jornal “O Globo”, que se posicionar é um direito do governo federal, porém, sem comprometer a independência e governança das companhias, de acordo com o Valor Econômico.
“Se a União é parte interessada como acionista, em tese é legítimo ao governo se posicionar, mas deve compreender seus limites de atuação considerando a governança das empresas e a independência delas. Não digo que o governo os ultrapassou porque não conheço a situação. Digo apenas que eles precisam ser observados”, afirmou Pacheco.
Os resultados trimestrais da Petrobras foram divulgados ao mercado na quinta-feira (7) e não trouxe bons números.
A estatal reportou queda de 33,8% nos lucros, além de anunciar que não pagaria dividendos extraordinários pelo quarto trimestre de 2023. O valor estipulado para a distribuição era de R$ 23 bilhões.
Segundo informações da Reuters, divulgadas na sexta-feira (8), o presidente Lula teria sido o responsável por orquestrar a não distribuição dos dividendos.
Contudo, o presidente da petroleira, Jean Paul Prates, veio a público afirmar que a decisão não coube ao mandatário federal.
Discussão no Conselho da Petrobras (PETR4)
Conforme apuração do Valor, a equipe econômica do governo apoiou a decisão de pagamento dos dividendos extraordinários pela empresa aos acionistas.
Todavia, a área técnica da diretoria financeira da Petrobras diverge da posição. Eles argumentaram, em documento enviado ao Conselho, que os critérios para embasar o pagamento “não foram atingidos”, segundo o veículo de notícias.
No entanto, segundo fontes do Valor, os membros do Conselho Administrativo da Petrobras deixaram “a porta aberta” a respeito da destinação dos recursos pensados para essa reserva de capital.