O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, disse, nesta sexta-feira (12) que uma redução no preço dos combustíveis pode ser anunciada na próxima semana com a adoção de uma nova estratégia comercial.
“Semana que vem vamos falar de preço. Há chance de reajuste na semana que vem, de fazer uma avaliação (de preços) em alguns combustíveis. Mas não vou dar spoiler” disse Prates .
Dados da Abicom, que reúne os importadores, revelam que o valor da gasolina no Brasil está maior em relação ao mercado internacional desde o fim do mês passado. Nesta sexta-feira, por exemplo, a gasolina nos polos da Petrobras é vendida R$ 0,39 acima do exterior. O mesmo ocorre com o diesel. Hoje, o valor da estatal está R$ 0,28 maior.
Segundo ele, a Petrobras vai seguir o critério de estabilidade de preços frente a volatilidade internacional. Além disso, destacou que haverá atratividade para o cliente.
“Não haverá uma abdicação das vantagens da empresa como ter refino e produção no Brasil. Não precisamos ter uma maratona de 118 reajustes de combustíveis como em 2017. Vamos continuar seguindo a competitividade interna em cada mercado que participamos e a referência internacional”, afirmou.
Redução já vinha sendo especulada
A notícia sobre a redução dos combustíveis já vinha circulando nos bastidores. O colunista Gerson Camarotti, da Globonews, havia noticiado na quarta (10), que a Petrobras deve anunciar na semana que vem redução de até R$ 0,30 no preço da gasolina praticado nas refinarias. O valor representa uma redução de cerca de 10% no valor.
Ainda segundo o jornalista, devem ser reduzidos também R$ 0,10 no preço do diesel (queda de cerca de 4%), R$ 15 no preço do botijão de gás.
De acordo com o colunista, a redução está em fase final de estudos na Petrobras. Naquela manhã, houve uma reunião para tratar do tema no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Rui Costa (Casa Civil), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes.
A ideia não é que a Petrobras mude sua política de preços, segundo a qual os valores no Brasil devem acompanhar o mercado externo.
O que a empresa deve fazer é uma adequação na atual Paridade de Preços de Importação (PPI). A avaliação é que o atual cálculo está defasado, deixando os preços no Brasil maiores do que realmente deveriam estar na comparação internacional.
Para Lula, a redução nos preços dos combustíveis é fundamental, já que contribui para reduzir a inflação. Com a queda da inflação, o governo espera também que o Banco Central baixe os juros.
Além disso, os preços dos combustíveis têm reflexo imediato na popularidade do presidente.