Petrobras (PETR4) inicia produção do navio-plataforma na Bacia de Campos

Unidade vai operar simultaneamente no pós-sal e pré-sal dos campos de Marlim e Voador

A Petrobras (PETR3; PETR4) iniciou nesta quarta-feira (16), a produção do navio-plataforma Anita Garibaldi na Bacia de Campos. Do modelo FPSO (sistema flutuante que produz, armazena e transfere petróleo), a unidade vai operar simultaneamente no pós-sal e pré-sal dos campos de Marlim e Voador.

O novo FPSO faz parte do Plano de Renovação da Bacia de Campos, um dos maiores programas de revitalização de campos maduros na indústria global. Com uma capacidade de produção que pode alcançar até 80 mil barris de petróleo por dia e uma capacidade de processamento de até 7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, essa plataforma representa um marco significativo no setor.

“As plataformas Anita Garibaldi e Anna Nery, que também iniciou operação em 2023, serão fundamentais para aumentar a longevidade da Bacia de Campos e ampliar sua produção. Em paralelo, são equipadas com tecnologias de última geração para redução de emissões de gases de efeito estufa, combinando eficiência e descarbonização. Passados mais de 40 anos desde que começou a produzir, a Bacia de Campos segue se renovando e exercendo papel estratégico para o país, lançando novos projetos e gerando novas oportunidades”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

A embarcação-plataforma foi fabricada pela MODEC e estará envolvida na produção conjunta nos campos de Marlim e Voador, operando em conjunto com o FPSO Anna Nery, que já está em funcionamento. Juntas, essas duas plataformas têm a capacidade de produzir até 150 mil barris de petróleo por dia (bpd) e processar até 11 milhões de metros cúbicos de gás. Essa iniciativa substituirá nove plataformas que anteriormente estavam em operação na Bacia de Campos e serão retiradas de serviço.

“Com a diminuição do número de plataformas em operação nos dois campos, haverá a redução de mais de 50% das emissões dos gases de efeito estufa”, diz comunicado ao mercado.

Petrobras pagará parte do ajuste fiscal 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negocia com o presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, um acordo para a companhia pagar em torno de R$ 30 bilhões para encerrar litígios com a Receita Federal com base nas regras do projeto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O acordo é a principal fonte de arrecadação com que conta o governo para atingir a meta de zerar o rombo das contas públicas no ano que vem. O avanço, porém, depende de aprovação do projeto de lei no Senado. As informações são do Estadão/Broadcast,

De acordo com a publicação, o governo conta com cerca de R$ 90 bilhões no caixa decorrente da aprovação do projeto do Carf. O texto já foi aprovado pelos deputados em junho e, por isso, a expectativa do governo é que não seja contaminado pela mais recente crise aberta pelas declarações de Haddad sobre o que ele considera ser “poder muito grande” da Câmara.

Haddad e Prates negociam as condições e o prazo para o pagamento no momento em que a petrolífera já anunciou um programa de recompra de ações, que também consome recursos da empresa. Os valores em discussão ainda não estão fechados e, no governo, há a defesa para que o valor suba para R$ 50 bilhões. Segundo fontes envolvidas na negociação, Prates sinalizou que a companhia poderia arcar com 30% do valor total do passivo no Carf no curto prazo.

O projeto permite, entre outros pontos, o cancelamento das multas e representação fiscal para fins penais nos casos em que o julgamento foi favorável ao governo. Os débitos já inscritos em dívida ativa da União em discussão judicial que tiverem sido resolvidos favoravelmente à Fazenda Pública também poderão ser objeto de proposta de acordo de transação tributária específica, de iniciativa da empresa.

Na última sexta-feira (11), Haddad disse que, para 2024, um terço do ajuste fiscal prometido virá do projeto do Carf, no que fontes do governo atribuem à Petrobras. A estatal também pode fazer depósitos judiciais para continuar nos casos em que a companhia entender que pode vencer o litígio. Os depósitos entram como receita primária.