Uma possível redução dos dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) no curto prazo é ponto-chave a ser observado no caso da estatal, de acordo com o Bradesco BBI (BBDC4). Os analistas da casa, por meio de um relatório, reiteraram a visão cautelosa sobre os papéis da petroleira e escreveram que a companhia provavelmente aumentará os investimentos e reduzirá os proventos gradualmente.
“A política de pagamento da Petrobras está muito alinhada com outras empresas do setor no contexto de seus negócios legados e reduzir o pagamento diminuiria o apelo de suas ações para investidores”, afirmaram os analistas Gustavo Sadka e Vicente Falanga.
De acordo com a instituição financeira, se a Petrobras reduzir seu pagamento para o mínimo de 25%, de acordo com o consenso da legislação societária brasileira, as ações podem cair para US$ 6 por recibo de ação (ADR), assumindo um rendimento justo de dividendos de 15%.
O Bradesco BBI mantém a recomendação neutra para as ações da Petrobras, com preço-alvo esperado para 2023 de US$ 10 por ADR e R$ 26 por ação.
Nesta terça-feira (03), por volta das 14:20 (de Brasília), as ações da Petrobras apresentavam desvalorização. O papel PETR3 recuava 1,26%, cotado a R$ 25,85, enquanto a ação PETR4 caia 2,49%, cotada a R$ 22,35.
Petrobras: redução de dividendos pode ser repentina, diz BTG
Qualquer decisão da Petrobras (PETR3;PETR4) de diminuir os dividendos “pode ser repentina”, na visão do BTG Pactual (BPAC11). Segundo os analistas da casa, desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ruído em torno da estatal tem sido alto “e provavelmente levará um tempo para diminuir”.
Em relatório, os analistas da instituição financeira relembraram que, recentemente, Alexandre Silveira, indicado para o Ministério de Minas e Energia, e Jean Paul Prates, escolhido para presidir a Petrobras, disseram que a política de preços de combustíveis da petroleira será revista.
O banco também lembrou que, recentemente, jornais locais informaram que o relatório completo da equipe de transição energética do novo governo solicitava a revisão do Plano Estratégico da Petrobras em até 60 dias após a posse.
“Continuamos céticos quanto a isso, principalmente considerando a falta de visibilidade sobre a possível renúncia de Caio Paes de Andrade (atual CEO). Mas o simples fato de haver esforços para mudar o Plano Estratégico deve ser suficiente para aumentar a volatilidade das ações”, escreveram os analistas.
“Também sentimos que qualquer decisão de reduzir o payout da Petrobras pode ser repentina, provocando uma rápida deterioração na percepção de risco”, completaram.
Os papéis da Petrobras receberam recomendação neutra do BTG. A casa ainda estipulou um preço-alvo de R$ 35,70.