A troca de comando da Petrobras (PETR4), anunciada na noite desta terça-feira (14), causou uma reação negativa no pré-mercado de Nova York. A ADR (American Depositary Receipt) da estatal registrava queda de 8,39%, às 8h40 (horário de Brasília), na manhã desta quarta (15).
Entre as preocupações, estão os riscos de maior interferência do governo na companhia, acelerando investimentos e M&As e potencialmente reduzindo os dividendos daqui para frente.
Mais cedo, por volta das 6h08 (horário de Brasília), o ADR da Petrobras tocou mínima de US$ 15,08, com queda de 9,64%.
XP: troca de comando da Petrobras aumenta percepção de risco
De acordo com avaliação da XP, o anúncio da saída foi inesperado e ocorre em um contexto de elevada pressão política. Na visão da corretora, a mudança na gestão adiciona incerteza ao caso de investimento e aumenta a percepção de risco dos investidores.
Em relatório da companhia, os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm destacam que embora, o agora ex-presidente, Prates tenha solicitado sua substituição ao sofrer pressão política, a mudança repentina no CEO não era esperada neste momento.
“Na nossa visão, a mudança repentina na gestão adiciona significativa incerteza ao caso de investimento da Petrobras e consequentemente aumenta seu risco”, afirmam os analistas, no texto, segundo o E-investidor.
Aliados do governo minimizam demissão
Aliados do governo Lula minimizaram a demissão de Jean Paul Prates do comando da Petrobras (PETR3;PETR4). A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que já existia “muita discussão” quanto à permanência de Prates.
“Deu uma acalmada, né. Surpresa não, sempre teve muita discussão ali. Sempre teve muita discussão em torno do nome do Jean Paul, tinham divergências. Acho que o presidente estava descontente com alguma coisa”, disse.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que saídas da presidência da empresa são “rotina” e que, inclusive, aconteceram com frquência durante o governo de Jair Bolsonaro.
O ex-líder da Petrobras (PETR3;PETR4) afirmou que sua função foi interrompida de forma prematura.
“Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração”, afirmou.
Prates compartilhou em uma mensagem a amigos, obtida pela Reuters, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou sua renúncia ao cargo, sugerindo que “deveria nomear Magda”.
Ele também mencionou que os ministros de Minas e Energia e da Casa Civil, Rui Costa, estavam favoráveis à sua saída.