Análise

Petrobras (PETR4): UBS BB reduz preço-alvo, mas reitera compra

Um dos argumentos do UBS BB para recomendar a compra foi que os dividendos da Petrobras seguem em um nível atrativo

Petrobras
Petrobras (Foto: divulgação)

Em relatório enviado aos clientes nesta segunda-feira (24), os analistas do UBS BB cortaram o preço-alvo das ações da Petrobras (PETR4) de R$ 51 para R$ 49, mas reiteraram recomendação de compra. Mesmo com a redução, o preço ainda representa um potencial de valorização de 33%.

A equipe liderada por Matheus Enfeldt destacou que há um maior risco, porém, reiteraram a compra visando os dividendos e crescimento da Petrobras.

Outro ponto de risco para o UBS BB foi o investimento acima do guidance em 2024, mas os analistas ponderaram que investidores ficaram excessivamente pessimistas quanto a capex (investimentos em capital).

Um dos argumentos do UBS BB foi que os dividendos da Petrobras seguem em um nível atrativo e com um prêmio em relação a outras grandes empresas e nomes nacionais, embora menos do que antes.

Paralelamente, o rendimento de dividendos de 13% para 2025 continua atraente, na visão do banco, embora seja um prêmio mais suave. Com esta atualização, a equipe cortou as estimativas de FCF (fluxo de caixa livre) e, como resultado, a sua previsão de dividendos para 2025 para 13,2% (dos quais 2% de extraordinários), ante cerca de 16,5%.

“Ainda vemos 13,2% como atraente, com diferença para o consenso entre as grandes empresas europeias em 2,6 pp (pontos percentuais) e para as dos EUA em 6,2 pp, ambos em linha com as médias históricas”, avaliam os analistas, de acordo com o “InfoMoney”.

Nas linhas da cobertura do UBS BB no mercado brasileirol, a Petrobras tem o terceiro maior rendimento para 2025, mas sinaliza que o FCF e os dividendos da Petrobras estão correlacionados ao dólar.

No entanto, o banco também apontou que há um crescimento significativo da produção para 2025 e 2026 que parece não estar precificado, enquanto as eleições, embora ainda seja cedo, podem abrir oportunidades.

“Menos óbvio, mas ainda gostamos da Petrobras”, afirmaram.

“Achamos que é muito cedo falar sobre eleições, mas uma possível reclassificação pode ser um gatilho. As eleições, que normalmente começam a dominar as discussões cerca de 12 meses antes, já se tornaram uma questão dos investidores, quase 2 anos antes desta vez”, prosseguiu a equipe.

“As ações da Petrobras normalmente se destacam dos pares entre 2 e 3 meses antes da eleição, mas isso pode ser antecipado se houver fluxos para o Brasil mais amplamente antes disso. Achamos que uma possível reclassificação pode trazer uma valorização de 20-70% para as ações, embora atualmente vejamos isso como opcionalidade e ainda não um motivo para possuir os ativos”, apontou o UBS.

Petrobras se reúne com presidente da Guiana para cooperação

A presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, se reuniu nesta quinta-feira (13) com o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, para discutir oportunidades de integração regional e parcerias da empresa com o país. O encontro ocorreu em Houston, nos EUA, onde ambos participam da Ceraweek, evento de energia da S&P Global.

Nos dias em que participou do evento, a petroleira também teve reuniões com países como a Namíbia e a Costa do Marfim. O presidente da Guiana discursou no fórum nesta terça-feira (11). Na fala, ele convidou presidentes de grandes empresas a avaliarem oportunidades no país.

“Nossa história vai além do óleo e gás. O petróleo é responsável por grande parte do desenvolvimento do país, mas coloquem a Guiana nos seus radares. Temos mais blocos (e exploração de petróleo) para leilão”, afirmou.

Em 2023, a Petrobras manifestou interesse em um leilão de áreas na Guiana, mas não chegou a comprar blocos. A produção de hidrocarboneto na Guiana é liderada pela Exxon, dos EUA. Em 2024, a Guiana se tornou o quinto maior exportador de petróleo da América Latina, segundo a “Reuters”.

O país ficou atrás somente do Brasil, México, Venezuela e Colômbia. Em seu discurso no evento, Irfaan Ali também mencionou que avalia uma parceria com os EUA para enviar óleo cru ao país norte-americano para que seja refinado e volte à Guiana como combustível.