Espera proventos retidos

Petrobras (PETR4): UBS segue otimista com papel e espera dividendos extra

Com uma resiliência financeira robusta e projeções de dividendos bilionários no horizonte, o banco mantém uma visão favorável

Petrobras
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Enquanto os investidores continuam questionando se a Petrobras (PETR3; PETR4) deve distribuir os dividendos extraordinários retidos, o UBS acredita que essa é a opção mais provável.

Com uma resiliência financeira robusta e projeções de dividendos bilionários no horizonte, o banco mantém uma visão favorável sobre o papel e reforça a recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 43 no cenário base.

Em uma perspectiva mais otimista, o preço-alvo poderia chegar a R$ 56, levando em consideração a variação do preço do Brent e outros fatores.

O analista Luiz Carvalho avalia que a companhia poderia distribuir até US$ 25 bilhões em dividendos em 2024. “Isso deixaria, em nossas estimativas, a Petrobras ao final de 2024 com posição de caixa de US$10 bilhões e dívida bruta de US$ 60 bilhões, ou seja, vemos resiliência financeira para a empresa distribuir as reservas restantes neste ano”, diz Carvalho.

UBS estima potencial

Com base nos lucros deste ano, o banco estima um potencial de pagamento de até US$ 5 bilhões em dividendos extraordinários.

“Se a Petrobras anunciar US$ 5 bilhões em recursos extraordinários com base nos resultados de 2024, isso traria o rendimento de dividendos do ano (45% do FCF + US$ 5 bilhões) para em torno de 20%, do nosso caso base de 14% considerando apenas a apólice – este seria o limite superior de distribuição em nossa opinião, com base nos lucros de 2024”.

Além disso, o banco não acredita que a companhia irá desembolsar o valor total do guidance para investimentos.

“Historicamente, a Petrobras tem entregado seu investimento abaixo do esperado, dados os ganhos de eficiência e restrições da cadeia de abastecimento, mas também superestimando estruturalmente os números para absorver a inflação inesperada”, acredita o UBS, que estima execução de 80% de seu guidance de investimentos.

Portanto, a compreensão é de que a ação mantém uma perspectiva positiva, apesar das preocupações em relação à distribuição de dividendos e ao aumento de investimentos não essenciais, que podem impactar a tese.

Petrobras (PETR4): governança e compliance devem aliviar divergências, diz diretor

Para Mario Spinelli, diretor de governança da Petrobras (PETR4) as regras de governança e compliance devem ajudar com os processos de decisão da empresa, além de aliviar “qualquer assimetria entre os acionistas”. 

“Somos uma empresa estatal, cuja atividade é essencial para o desenvolvimento do país. É importante que tenhamos processo decisório que possa fazer com que qualquer assimetria informacional que possa existir seja mitigada”, disse o diretor da Petrobras durante o evento do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, nesta terça-feira (28).

“As decisões estratégicas na companhia não podem ser tomadas sozinhas [por uma pessoa só] e precisam ter aderência ao plano estratégico”, comentou.