A XP Investimentos ampliou a estimativa para os dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4) referente ao segundo trimestre de 2023 (2T23), de US$ 2,5 bilhões para 2,8 bilhões.
Vale lembrar que, na última sexta-feira (28), a Petrobras anunciou que distribuirá 45% de seu fluxo livre de caixa em dividendos, ante a política anterior de distribuição de 60%.
Nesse sentido, a XP destacou que a maior parte da política foi mantida, incluindo o pagamento mínimo anual de US$ 4 bilhões quando os preços médios do Brent estiverem acima de US$ 40/bbl, pagamentos trimestrais e a possibilidade de pagamentos acima do mínimo.
Em contrapartida, a XP ressaltou, a inclusão da aquisição de participações societárias para a definição do Capex e a falta de detalhes sobre as recompras de ações ainda tornam o montante de pagamento de dividendos incerto. “No geral, esperamos uma reação neutra dos investidores”, pontuou a XP Investimentos.
Desse modo, a nova política permite que a Petrobras use a recompra de ações como um mecanismo para devolver dinheiro aos acionistas, incluindo qualquer valor junto com o pagamento de dividendos para atingir o pagamento de dividendo mínimo.
Os analistas expressam incerteza sobre a abordagem da Petrobras em relação à compra de ações ordinárias, ações preferenciais ou uma combinação de ambas, assim como a proporção de dividendos e recompras de ações que a empresa pretende adotar. Essa falta de clareza pode ser vista como uma preocupação pelos investidores.
Além disso, a XP Investimentos argumenta que investir nas empresas juniores de petróleo e gás brasileiras oferece uma relação mais favorável entre risco e retorno.
“Vemos a Petrobras negociando a ~13% de dividend yield e ~ 22% FCF yield nos próximos trimestres, o que é um bom nível e suficiente para manter nossa recomendação de compra. No entanto, há muitos riscos no horizonte e a Petrobras deve continuar sendo um investimento de ‘baixo beta para o petróleo’”.
Gringos se empolgam com nova política
Os investidores estrangeiros se empolgaram nesta segunda-feira (31), após o anúncio da Petrobras (PETR3; PETR4) que aderiu uma nova política de dividendos. A reação dos ADRs (recibo de ações, na prática, ativos negociados das empresas brasileiras na Nyse) no pré-market da Petrobras era a princípio positiva.
Às 8h54 (horário de Brasília), os ativos ordinários da Petrobras (PETR3), PBR, tinham alta de 1,44%, a US$ 14,13, enquanto os PBR-A, relativos aos preferenciais PETR4 tinham alta de 1,11% no mesmo horário, a US$ 12,76.
O Goldman Sachs destaca que os 40% equivalem ao que os pares internacionais pagam. Em relatório divulgado na última semana, analistas do banco destacam que a companhia já havia sinalizado que a nova política iria de encontro com “o que outras grandes empresas de petróleo estão fazendo”.