Previsão

Petróleo demorará 10 anos para atingir pico, diz Goldman

Petrobras (PETR4) deve ganhar com isso; Goldman recomenda compra das ações da petroleira

Petróleo
Petróleo / Foto: Pixabay

O Goldman Sachs lançou uma atualização sobre as perspectivas do petróleo para os próximos meses e reforçou a recomendação de compra para as ações de algumas empresas petrolíferas ao redor do mundo, incluindo a Petrobras (PETR3; PETR4) no Brasil.

Segundo o banco, apesar da crescente atenção ao impacto dos veículos elétricos (EVs) na demanda por gasolina, o pico da demanda por petróleo ainda está previsto para ocorrer daqui a uma década.

De acordo com os cálculos da equipe de análise do banco, prevê-se que o pico da demanda por petróleo ocorra em torno de 2034, atingindo aproximadamente 110 milhões de barris de óleo equivalente por dia (mb/d), seguido por um longo platô até 2040.

Antes disso, o banco americano prevê um aumento na demanda de 106 mb/d para 108,5 mb/d até 2030.

Demanda do petróleo

Nesse contexto, o Goldman Sachs possui uma visão mais otimista em comparação com a da Agência Internacional de Energia (IEA), que avaliou que a demanda por petróleo atingirá o pico antes de 2030.

Segundo o banco, a duração do ciclo de alta do refino global pode ser mais prolongada do que os investidores esperam atualmente, uma vez que a utilização global do refino pode permanecer significativamente acima dos níveis médios históricos entre 2024 e 2027.

O Goldman Sachs identifica uma configuração desafiadora para o mercado de refino fora da China, supondo que as exportações chinesas permaneçam limitadas.

O banco observa que a recente estagnação nas vendas de veículos elétricos (EVs) aumenta a probabilidade de uma adoção lenta dos mesmos, o que implica que a demanda por petróleo poderia continuar aumentando para cerca de 113 mb/d até 2040.

O Goldman Sachs expressou uma visão mais favorável em relação aos derivados médios do petróleo, como o diesel e o combustível de aviação, em comparação com a gasolina. Isso se deve ao fato de que o crescimento incremental da oferta desses derivados deve ficar significativamente atrás do crescimento da demanda entre 2024 e 2027.

Esse cenário é influenciado em parte pelo pico de demanda esperado para os derivados médios, previsto para meados da década de 2030, em comparação com a gasolina, que é esperado para 2028.

Petrobras é compra

O Goldman Sachs recomenda a compra de ações da Petrobras, com base na perspectiva de forte geração de caixa (FCF) da estatal nos próximos anos. Além disso, o banco destaca um rendimento de FCF de aproximadamente 14% e um rendimento de dividendos de cerca de 9%.

“A Petrobras experimentou uma valorização contínua do preço das ações nos últimos anos, o que é atribuido a fundamentos sólidos e à governança aprimorada como resultado da reestruturação iniciada em 2016”, diz relatório.

Diante disso, o banco enfatiza a importância de os investidores monitorarem se algum aspecto da governança será alterado, além do recente anúncio de mudanças na diretoria.

Entretanto, o Goldman Sachs acredita que as leis atuais e os estatutos da Petrobras em vigor tornam desafiador para uma nova administração mudar significativamente a alocação de capital e as políticas de precificação de combustíveis.

Os analistas destacam a Petrobras devido à sua significativa exposição à Bacia de Santos, que atualmente está em fase de crescimento.

A empresa está aumentando sua produção com um número importante de FPSOs (plataformas) entrando em operação e se aproximando do pico de produção, compensando a deterioração de seus ativos maduros na Bacia de Campos.

Os preços-alvo do Goldman de 12 meses para ações ordinárias e preferenciais da Petrobras são de, respectivamente, R$ 46,10 e R$ 41,90.