Acordo

Petróleo: Opep vai manter cortes na produção para segurar preços

Comerciantes e analistas consideram a estratégia necessária para compensar o aumento da produção de rivais e a fraqueza econômica da China

Petróleo
Foto: Freepik

A Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu manter os cortes no fornecimento de petróleo até o final do ano, em uma estratégia para segurar os preços.

Os chamados cortes “voluntários” de membros importantes, incluindo a Arábia Saudita e a Rússia – que totalizam cerca de 2 milhões de barris por dia – expirariam no final de junho.

Essas restrições se somaram a um acordo anterior de todo o grupo que limita a produção de petróleo e que vigora até o final deste ano. A aliança também concordou em prolongar esse acordo até o final de 2025, de acordo com um comunicado no site da Opep.

Os Emirados Árabes Unidos receberam um aumento de 300 mil barris por dia em sua meta de produção para o próximo ano, segundo o comunicado. 

Comerciantes e analistas esperavam o prolongamento dos cortes voluntários do grupo, considerando-os necessários para compensar o aumento da produção de vários rivais da Opep – mais notavelmente os perfuradores de xisto dos EUA – e as frágeis perspectivas econômicas do principal consumidor, a China.

Petróleo: exportações brasileiras no 1TRI24 cresceram 39,4%

As exportações de petróleo do Brasil tiveram alta de 39,4% no primeiro trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2022. O crescimento foi puxado, principalmente, pela América do Norte (+152%), China (+54%) e União Europeia (+40%).

O petróleo exportado alcançou a média de 1,788 milhão de barris por dia no 1TRI24, conforme dados levantados pela FGV Energia a pedido do Valor Econômico. O volume representa cerca de 52% da produção nacional do período.

O crescimento é impulsionado pela maior produção de petróleo, que saiu de um patamar de 2,9 milhões de barris por dia nos primeiros três meses de 2022 para 3,4 milhões de b/d em igual período de 2024.

Além disso, a proibição da entrada da commodity russa na Europa e EUA, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, fez crescer a relevância do petróleo brasileiro.

Embora o óleo russo tenha ampliado seu mercado na China, o país asiático segue sendo o principal destino das exportações da commodity,  com participação de 46% no primeiro trimestre deste ano.