A cotação do petróleo no mercado internacional afundava na tarde desta quarta-feira (9) enquanto avanços no diálogo sobre uma solução para a guerra da Ucrânia reduziam o pânico de investidores, potencializado na véspera pela decisão dos Estados Unidos de proibir a importação da matéria-prima produzida na Rússia.
A Rússia indicou que prefere atingir seu objetivo de assegurar a neutralidade da Ucrânia por meio de negociações, segundo declarações da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, nesta quarta. Um novo encontro entre representantes dos dois países deve ocorrer na quinta-feira (10), na Turquia, segundo a agência Reuters.
Zakharova também declarou que a invasão russa da Ucrânia não tem entre seus objetivos derrubar o governo.
Também demonstrando disposição para um desfecho diplomático, a Ucrânia aceita discutir a sua neutralidade, desde que tenha garantia de segurança e não precise ceder territórios, segundo Ihor Zhovkva, vice-chefe de gabinete do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. “Certamente estamos prontos para uma solução diplomática”, disse Ihor Zhovkva à agência de notícias Bloomberg.
Às 15h50, o barril do tipo Brent, que é o mais negociado, recuava 12,28%, a US$ 112,27 (R$ 562,33). A queda, porém, ocorre após a commodity ter atingido US$ 127,98 nesta terça (8). A tensão envolvendo a Rússia, uma das principais produtoras globais de petróleo e derivados, colocou o preço da matéria-prima perto da máxima de US$ 146,08 (R$ 748) registrada em 3 de julho de 2008.
A queda da commodity traz certo alívio aos investidores, ainda que as incertezas sobre a guerra permaneçam. Mercados financeiros globais negociam em forte alta.
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 1,97%, 2,46% e 3,40%, respectivamente.
Na Europa, o indicador que acompanha as 50 maiores empresas da zona do euro disparou 7,44%. A Bolsa de Londres fechou com alta de 3,25%. Paris e Frankfurt saltaram 7,13% e 7,92%, nessa ordem.
Refletindo a redução na aversão ao risco, o dólar perdia valor diante de 17 moedas de países emergentes, considerando uma lista de 24 divisas compilada pela agência Bloomberg.
No mercado de câmbio do Brasil, o dólar cedia perto de 1%, recuando à casa dos R$ 5. A Bolsa de Valores do Brasil subia 1,90%, a 113.316 pontos.