O mercado do petróleo teve um desempenho declinante na sessão final de 2023, encerrando o ano com uma queda aproximada de 10%, marcando seu pior resultado anual desde 2020, período em que a demanda pela commodity foi impactada pela eclosão da pandemia de covid-19.
O barril do petróleo WTI, referência nos EUA com entrega prevista para fevereiro, registrou um encerramento em baixa de 0,17%, cotado a US$ 71,65. Enquanto isso, o barril do Brent, referência global para o mesmo período, apresentou uma queda de 0,14%, fixando-se em US$ 77,04. Ao longo de 2023, os declínios foram de 10,66% e 10,32%, respectivamente.
Apesar de breves momentos em que o petróleo atingiu a marca dos US$ 90, influenciado pelo início de conflitos no Oriente Médio e pelos cortes de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), a commodity oscilou predominantemente entre US$ 70 e US$ 80 durante o ano. Esses ganhos foram limitados pelas perspectivas de desaceleração na economia global ao longo de 2024.
Conforme indicado por Blanch, analista de mercado, apesar dos conflitos na Ucrânia, tensões no Oriente Médio e cortes da Opep+, o petróleo não conseguiu atingir a marca de US$ 100, contrariando as previsões de muitos analistas. Ele aponta que o foco do governo dos Estados Unidos foi garantir a estabilidade do mercado petrolífero, evitando qualquer escassez que pudesse aumentar os preços da gasolina e a inflação.
“Embora os riscos de queda continuem limitados, os riscos de alta para os preços do petróleo podem vir das tensões no Oriente Médio, da aplicação de sanções pelos EUA e de possíveis cortes de juros do Federal Reserve (Fed) em 2024”, Francisco Blanch, chefe de pesquisa em commodities e derivativos do Bank of America, em nota. Ele, porém, acredita que os ganhos devem continuar limitados no ano que vem pela “ampla capacidade produtiva excedente”.
Warren Buffett investe quase R$ 3 bi em gigante do petróleo
A preocupação com o meio-ambiente parece não ser a prioridade do megainvestidor Warren Buffett. A sua gestora, Berkshire Hathaway, fez uma nova aposta no setor de petróleo. A gestora gastou cerca de US$ 588,7 milhões (R$ 2,88 bilhões na cotação atual), para comprar mais 10,5 milhões de ações da Occidental Petroleum, uma das maiores petroleiras dos Estados Unidos.
Com o negócio, a gestora passa a ter uma participação de aproximadamente 27% na gigante norte-americana de petróleo, segundo documento enviado à SEC (a versão estadunidense da CVM).
Isso torna a petroleira a sexta maior participação acionária no portfólio da Berkshire, atrás de nomes como Apple, Bank of America, American Express Company, Coca-Cola e Chevron Corporation — outra gigante do setor de energia.
A investida de Buffett no setor do petróleo vem em um contexto peculiar. Na última segunda-feira (12), a Occidental Petroleum anunciou a compra de uma de suas principais rivais, a CrownRock, por US$ 12 bilhões. A expectativa é que o negócio seja concluído no primeiro trimestre de 2024.