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Petróleo volta a ter queda expressiva mesmo com tensão da guerra

Preço do petróleo Brent, referência mundial, para janeiro de 2024, fechou em US$86,64, queda de 2,87%

A cotação do barril do petróleo voltou a ter queda expressiva na sessão desta segunda-feira (30), mesmo com a guerra entre Israel e Hamas sem dar sinais de trégua a curto prazo.

O preço do petróleo Brent, referência mundial, para janeiro de 2024, fechou em US$86,64, queda de 2,87%. Já o barril do WTI, referência americana da commodity, para dezembro deste ano caiu 3,43%, cotado a US$82,61.

O mercado analisa que o avanço da ofensiva israelense por terra na Faixa de Gaza não trouxe sinais concretos de que Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita – grandes produtores de petróleo – se envolvam no conflito.

No Brasil, as empresas do setor petrolífero sentiram a queda. As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram 0,96% e 1,10%, respectivamente. Já a PRIO (PRIO3) recuou 2,81%.

Petróleo pode subir até 75% com guerra, diz Banco Mundial

A possibilidade de um agravamento da guerra entre Israel e Hamas pode levar a um aumento de até 75% no preço do barril de petróleo, de acordo com estimativas divulgadas nesta segunda-feira (30) pelo Banco Mundial.

A instituição financeira traçou três possíveis cenários sobre os desdobramentos do conflito. Na pior das hipóteses, o valor do barril pode alcançar uma máxima histórica de US$ 150 caso a guerra se transforme em um conflito de proporções ainda maiores nos próximos meses e se alastre pelo Oriente Médio.

Esse cenário de “grande perturbação”, diz o Banco Mundial, seria comparável aos efeitos do embargo petrolífero árabe realizado há 50 anos, em 1973, ano da Guerra do Yom Kippur.

Nesse caso, poderia haver uma redução do fornecimento global de petróleo entre 6 milhões e 8 milhões de barris por dia, o que elevaria os preços para algo entre US$ 140 e US$ 157 o barril, uma alta de 75%.

“Os preços mais elevados do petróleo, se forem sustentados, significam, inevitavelmente, preços mais elevados dos alimentos”, afirma Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial. “Se um grave choque nos preços do petróleo se materializar, isso elevaria a inflação dos preços dos alimentos, que já vem subindo em muitos países em desenvolvimento.”