Petrópolis: Justiça impede incorporação de empresa às vésperas da RJ

O Grupo Petrópolis foi impedido pela Justiça de São Paulo de adquirir uma empresa de plásticos dias antes do pedido de recuperação judicial

O Grupo Petrópolis foi impedido pela Justiça de São Paulo de adquirir uma empresa de plásticos dias antes do pedido de recuperação judicial, ocorrido em março. A decisão, em caráter liminar, atende a um pedido de um fornecedor de matéria-prima da International Plastics (IPL), a Polimax, com quem a IPL tem uma dívida de R$ 1 milhão. As informações são jornal “O Globo”.

A Polimax faturava algo como R$ 2 milhões por mês com a IPL, cujo controlador era o próprio Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis, que fabrica as cervejas Itaipava e Crystal. A IPL atendia exclusivamente a própria Petrópolis, fornecendo embalagens, engradados plásticos e mesas e cadeiras de bar com logomarcas das cervejas do grupo Petrópolis.

Com a incorporação, os fornecedores da Polimax que tinham contas em aberto se tornaram credores da Petrópolis. Além da Polimax, a lista de credores inclui a Braskem (R$ 100 mil), a Guanapack (R$ 450 mil) e a Italora (R$ 240 mil).

A 1a Vara Cível de Boituva, interior de São Paulo, concordou com a alegação da Polimax, representada pelo escritório Mazzucco & Mello, quanto à irregularidade da incorporação sem a concordância prévia dos credores, além do risco de diluição da dívida ou postergação do pagamento.

Na decisão, de 26 de junho, o juízo de Boituva determinou que a incorporação pode ser efetuada caso o pagamento da dívida da Polimax seja realizado. Até que isso aconteça, todos os credores da IPL ficam de fora da recuperação da Petrópolis.

Procurada, a Petrópolis não se manifestou até o fechamento desta nota.

Petrópolis: pedido de recuperação judicial é aceito pela Justiça

Em março, o grupo Petrópolis teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do Rio de Janeiro. A decisão foi emitida pela juíza Elisabete Longobard, da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, com a Petrópolis sendo representada pelo escritório Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo e Cotta Advogados.

O grupo contou que a “redução do volume de vendas, da receita e das margens veio acompanhada do aumento incessante da taxa Selic”, que “gera um impacto de aproximadamente R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa” do grupo.

A juíza determinou “a suspensão de todas as ações ou execuções contra as requerentes”, afirmou na decisão. A  magistrada concedeu 60 dias para a companhia apresentar o plano de recuperação.

De acordo com a Petrópolis, as dívidas somam R$ 4,2 bilhões, sendo 48% de débitos financeiros e 52% com fornecedores e terceiros.