Petrópolis pede e Justiça penhora R$ 71 mi do Santander (SANB11)

Pedido do Grupo Petrópolis foi uma forma de garantir o pagamento dos salários dos trabalhadores da cervejaria.

A pedido do Grupo Petrópolis, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a penhora de R$ 71 milhões em contas vinculadas do Santander (SANB11), como forma de garantir o pagamento dos salários dos trabalhadores da cervejaria. 

Conforme informações do “Valor Econômico”, os valores estavam depositados em contas na modalidade vinculadas e deveriam ter sido transferidos para contas de livre-movimento para a realização do pagamento de 24 mil salários entre ontem e hoje.

O montante penhorado pela Justiça representa R$ 31,8 milhões em contas vinculadas do banco, R$ 33,5 milhões disponíveis em contas de livre-movimento, além de uma multa de 10%. A juíza Elisabete Franco Longobardi determina ainda que estão “vedadas novas apropriações sobre os valores destinados para esta finalidade”.

A Justiça do Rio já havia concedido à cervejaria no início desta semana, no âmbito de seu pedido de recuperação judicial, que os valores em contas correntes fossem retidos como forma de manter o caixa da cervejaria.

De acordo com a decisão judicial, o Santander é a instituição responsável pelos salários da companhia que não foram depositados a partir dos valores disponíveis nas contas do banco.

A sentença aponta que o banco credor é “uma grande potência mundialmente conhecida”, sendo o terceiro maior banco privado do Brasil. “Protelar o recebimento dos créditos não afetará de forma significativa a sua empresa nem tampouco a economia do país”, afirmou a magistrada.

A retenção do valor dos salários poderia, por outro lado, resultar em um processo de falência e gerar “milhares de desempregos” de forma direta ou indireta.

Além do Santander, também são bancos credores da Petrópolis instituições como BMG (BMG4) e Daycoval. A decisão da 5ª Vara Empresarial renovou a intimação para que o Daycoval siga as mesmas determinações de manter bloqueados os valores depositados em contas vinculadas.

Petrópolis pede recuperação judicial com dívida de R$ 4,4 bi

O Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial na última segunda-feira (27), em caráter de urgência. O processo está sob segredo de Justiça e, de acordo com o documento obtido pelo BP Money, a dívida soma R$ 4,4 bilhões.

O grupo apresentou o pedido à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e incluiu mais de 30 empresas do Petrópolis, incluindo os braços do grupo que atuam na geração e comercialização de energia e no setor agropecuário.

A empresa é dona de marcas conhecidas no mercado, como Itaipava, Petra e Crystal, e passa por uma crise de liquidez há 18 meses, vendo o volume de vendas cair desde 2021, segundo afirmaram os advogados do grupo.

“Nesse período, houve drástica redução em sua receita, fruto da queda no volume das vendas: dos 31,2 milhões de hectolitros de bebida vendidos no ano de 2020, nos anos de 2021 e 2022 o volume caiu para 26,4 e 24,1 milhões de hectolitros, respectivamente”, informou a petição.