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PIB brasileiro sobe 0,1% no 3T23, mais que o esperado

Os dados superaram as expectativas do consenso de analistas da Refinitiv, que previam uma queda de 0,2% na comparação trimestral

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um aumento de 0,1% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o trimestre anterior, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (5). Na comparação com o mesmo período de 2022, houve um crescimento de 2,0%.

Os dados superaram as expectativas do consenso de analistas da Refinitiv, que previam uma queda de 0,2% na comparação trimestral e um aumento de 1,9% na comparação anual.

A soma de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil totalizou R$ 2,741 trilhões  em valores correntes no trimestre encerrado em setembro.

O resultado do terceiro trimestre (3T23) marcou a terceira taxa positiva consecutiva, seguindo a variação de -0,1% nos últimos três meses do ano anterior. Com esse desempenho, o PIB atinge novamente o nível mais elevado da série histórica, operando 7,2% acima do patamar pré-pandemia registrado no quarto trimestre de 2019.

De janeiro a setembro, o PIB acumulou alta de 3,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Conforme o IBGE, dois dos três grandes setores econômicos registraram avanços no trimestre: Indústria (0,6%) e Serviços (0,6%). “Ao analisar mais detalhadamente o setor de serviços, destacam-se as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,3%), especialmente na área de seguros, e as atividades imobiliárias (1,3%), impulsionadas pelo aumento no número de domicílios”, enfatizou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Indústria

Dentre as atividades industriais, o único setor que registrou crescimento foi o de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (3,6%), impulsionado pelo aumento no consumo de energia.

“Está sendo um ano bom para o setor, sem problemas hídricos e com bandeira verde. Também foi muito quente, o que favoreceu o consumo de eletricidade e de água”, analisou Rebeca.

Já as indústrias extrativas (0,1%) e as indústrias de transformação (0,1%) ficaram estáveis.

Na comparação trimestral, a construção (-3,6%) foi a única atividade industrial a apresentar queda. “Essa atividade cresceu nos dois anos anteriores, mas 2023 não está sendo um ano bom, com juros altos e queda na ocupação, na produção de insumos típicos e no comércio de material de construção”, disse. No acumulado do ano, a construção apresentou recuo de 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Serviços

Das sete atividades analisadas no setor de serviços, seis apresentaram crescimento. Os maiores aumentos percentuais foram registrados nas duas atividades mencionadas pela pesquisadora, seguidas pelo segmento de Informação e Comunicação (1,0%).

As demais variações positivas foram de outras atividades de serviços (0,5%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e comércio (0,3%).

O setor de transporte, armazenagem e correio recuou 0,9%. “Essa queda vem após oito trimestres de altas e é relacionada ao transporte de passageiros”, diz a coordenadora. Como um todo, o setor de serviços representa cerca de 67% da economia.

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