4 anos de Pix

"Pix é um marco na democratização financeira no Brasil", avalia especialista

Dois especialistas ouvidos pelo BP Money, avaliam a trajetória do Pix, suas evoluções e desafios enfretamos

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Pix / Divulgação

Desde sua implementação em novembro de 2020, o Pix trouxe uma verdadeira revolução ao sistema financeiro brasileiro.

A plataforma de pagamentos instantâneos, desenvolvida pelo Banco Central, mudou a forma como consumidores e empresas realizam transações, facilitando a inclusão financeira e impulsionando o crescimento dos bancos digitais. Quase quatro anos após sua criação, o Pix continua a evoluir, abrindo portas para novas inovações e ganhando cada vez mais espaço no mercado.

De acordo com o Banco Central, em 2023, o Pix movimentou R$ 17 trilhões, superando outras formas de pagamento, como boletos, TEDs e DOCs.

Isso reflete a ampla adoção do sistema, que, além de ágil e seguro, oferece transações 24/7 sem custos para pessoas físicas. Esse cenário beneficia tanto consumidores quanto pequenos negócios, que encontram no Pix uma alternativa acessível para aceitar pagamentos.

Segundo Ronaldo Oliveira, CEO da Giro.Tech, “O Pix trouxe muita facilidade, principalmente para pequenos negócios e profissionais autônomos não bancarizados, que, antes, aceitavam apenas dinheiro por não terem condições de adquirir uma maquininha de cartão.”

Oliveira destaca que o Pix tem facilitado a inclusão financeira, permitindo que qualquer pessoa ou pequeno negócio, desde que tenha uma conta bancária, possa aceitar pagamentos de forma simples e imediata.

A agilidade do Pix também transformou as operações financeiras no Brasil, tornando obsoletos métodos tradicionais, como DOCs e boletos. “Hoje, tudo ocorre em tempo real, com mais segurança nas transações, o que é extremamente positivo para os negócios que agora têm mais liquidez e podem agilizar suas entregas,” acrescenta Oliveira.

A evolução contínua do Pix

O avanço do Pix também se reflete nas inovações que têm sido introduzidas, como o Pix Automático. Essa nova funcionalidade permite o agendamento de pagamentos recorrentes, como o débito automático, mas de forma mais acessível e flexível.

Segundo Luciano Fantin, sócio da The Sharp Fintech Consultoria, “o Pix automático será uma grande inovação, permitindo que consumidores façam seus pagamentos recorrentes sem complicações, com a simplicidade e agilidade já associadas ao Pix.”

Fantin ressalta que o Pix tem sido uma ferramenta essencial para a inclusão digital e financeira de milhões de brasileiros, especialmente aqueles que antes não tinham acesso ao sistema bancário tradicional.

“A utilização de chaves como o número de celular ou e-mail facilita muito, além de tornar o sistema mais acessível e inclusivo, especialmente em regiões onde a oferta de serviços bancários é limitada,” observa.

Com as novas funcionalidades, como o Pix por Aproximação e o Pix Garantido, o sistema está prestes a ganhar ainda mais relevância no mercado, competindo diretamente com cartões de débito e crédito.

Pix Garantido, por exemplo, possibilitará o parcelamento de compras, o que pode representar uma alternativa poderosa ao cartão de crédito. “O futuro do Pix é promissor, com novas soluções eficazes e seguras sendo desenvolvidas para atender às necessidades dos usuários,” avalia Fantin.

Desafios e oportunidades

Apesar do sucesso, ainda há desafios a serem enfrentados. A segurança continua sendo uma preocupação central, especialmente com o aumento de fraudes que utilizam engenharia social. Oliveira menciona que “a conciliação de pagamentos ainda é um grande desafio para empresas, especialmente no varejo, onde muitos sistemas não estão preparados para a integração com o Pix.”

No entanto, ele também aponta que as fintechs estão trabalhando ativamente para criar soluções que conectem os sistemas corporativos ao Pix, oferecendo maior comodidade aos consumidores e benefícios financeiros para as empresas.

Fantin também menciona que, apesar de alguns desafios de segurança, o Pix é amplamente confiável e estável. “Os mecanismos de limites para horários noturnos, por exemplo, ajudam a reduzir o risco de crimes, e o Banco Central tem sido diligente em dar publicidade aos incidentes de vazamento de dados, mantendo a transparência.”

O avanço do Pix nos últimos quatro anos trouxe não apenas conveniência, mas também um impulso significativo ao crescimento dos bancos digitais e fintechs no Brasil. Com novas inovações no horizonte, o Pix promete continuar moldando o futuro dos pagamentos no país, consolidando-se como uma peça-chave no sistema financeiro.

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