O real vem de um mês operando como a segunda melhor moeda frente ao dólar entre as 27 economias globais, e entrou em fevereiro também com o mesmo movimento.
No momento, a moeda estrangeira está abaixo dos R$ 5,80, mesmo estando em alta nesta quarta-feira (5), após 12 sessões consecutivas de baixa, a maior sequência negativa em 20 anos, desde o período entre 24 de março e 13 de abril de 2005, quando o dólar fechou em baixa por 14 sessões consecutivas.
Confira algumas razões que têm influenciado o dólar:
- Donald Trump e as taxas de importação:
O governo do republicano começou oficialmente no dia 20 de janeiro, quando o presidente eleito foi devidamente empossado. No entanto, desde então, não houve movimentos imediatos para impor as taxas de importação às principais economias que importam aos EUA, como foi prometido durante sua campanha eleitoral.
No último final de semana, Donald Trump anunciou a taxação dos produtos do México e do Canadá (em 25%) e sobre a China (em 10%), no entanto, ele voltou atraz e suspendeu por 30 dias a imposição tarifária sobre os dois primeiros países, o que causou um alívio global e derrubou o dólar.
Na última terça-feira (4), a Casa Branca informou que o presidente teria uma conversa telefônica na terça com o líder chinês, Xi Jinping, porém, Trump já afirmou não ter pressa para o diálogo.
- Dados econômicos mais fracos:
Além do alívio com o adiamento de tarifas a México e Canadá, especificamente na última quarta, outro fator decisivo para a queda do dólar nos últimos dias foram os dados aquém do esperado da atividade nos EUA referentes a dezembro, a exemplo das encomendas à indústria e da abertura de postos de trabalho segundo o relatório Jolts.
O mercado de trabalho dos EUA abriu 7,6 milhões de vagas em dezembro, o que representa uma queda ante o número revisado de 8,2 milhões em novembro. As expectativas do mercado eram de uma queda para 8 milhões.
- Carry Trade:
Em paralelo aos pontos anteriores, houve também um aumento da atratividade de operações de carry trade, visto que o carregamento de posições compradas em dólar se tornou mais custoso, dadas as altas consecutivas da Selic (taxa básica de juros), segundo o “InfoMoney”.
O Carry trade se trata de uma operação onde o agente toma dinheiro emprestado em um país com juros mais baixos e investe em outro que ofereça taxas mais altas.
“Outras moedas também ganham contra o dólar. Contudo, há evidências de que os efeitos cumulativos das altas dos juros no Brasil podem estar tendo efeito sobre a dinâmica cambial”, afirma o economista André Perfeito, segundo o veículo.