O Bank of America (BofA) atualizou sua recomendação para as ações da Porto (PSSA3), elevando de neutra para compra, motivado por perspectivas mais positivas do que o previsto nos segmentos de seguros de automóveis e saúde, especialmente em relação aos preços, além do impacto de uma Selic mais elevada.
O preço-alvo foi revisado de R$ 33 para R$ 43, sugerindo um potencial de valorização de 20%.
Apesar da expectativa de estabilidade nos lucros do negócio principal da Porto Seguro, que inclui seguros de automóveis, P&C (propriedades e responsabilidade civil) e seguro de vida, o Bank of America projeta que o lucro líquido do grupo será impulsionado pelos outros segmentos de negócios.
Esses setores combinados devem registrar um crescimento de 35%, refletindo tanto uma melhora nas tendências operacionais quanto um aumento nos ganhos financeiros, favorecido pelo cenário de juros elevados no Brasil.
Além disso, o banco ressalta que essas receitas já representam cerca de 40% do lucro por ação (EPS), com a expectativa de que alcancem aproximadamente 50% nos próximos dois anos.
Com esse cenário, o BofA revisou suas projeções de lucro líquido para 2025 e 2026, elevando-as em cerca de 20%, posicionando-as 15% acima das estimativas de consenso.
Porto (PSSA3): lucro cai 13,6% no 2T24, com efeito de enchente no RS
A Porto (PSSA3) apresentou um lucro líquido de R$ 584 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), um resultado 13,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi afetado negativamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que geraram um impacto de R$ 87,2 milhões no resultado. Além disso, a rolagem de títulos de renda fixa também contribuiu para pressionar a linha final do balanço.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) alcançou 18,5% durante o período.
A Porto Seguro, responsável pelas operações de seguros da companhia, registrou uma receita de R$ 5,2 bilhões, representando um crescimento de 3,6% em comparação ao segundo trimestre do ano anterior.
O segmento de automóveis, principal área de atuação, teve um aumento de 0,7%, enquanto os seguros patrimoniais cresceram 12,6% e os de vida, 5,9%.