O Bank of America (BofA) atualizou sua recomendação para as ações da Porto (PSSA3), elevando de neutra para compra, motivado por perspectivas mais positivas do que o previsto nos segmentos de seguros de automóveis e saúde, especialmente em relação aos preços, além do impacto de uma Selic mais elevada.
O preço-alvo foi revisado de R$ 33 para R$ 43, sugerindo um potencial de valorização de 20%.
Apesar da expectativa de estabilidade nos lucros do negócio principal da Porto Seguro, que inclui seguros de automóveis, P&C (propriedades e responsabilidade civil) e seguro de vida, o Bank of America projeta que o lucro líquido do grupo será impulsionado pelos outros segmentos de negócios.
Esses setores combinados devem registrar um crescimento de 35%, refletindo tanto uma melhora nas tendências operacionais quanto um aumento nos ganhos financeiros, favorecido pelo cenário de juros elevados no Brasil.
Paralelamente, as receitas bancárias estão registrando um crescimento anual de 25%, impulsionadas pela retomada da expansão do portfólio de cartões de crédito da empresa, focado em clientes de alta qualidade e estratégias de vendas cruzadas. Esse movimento tem contribuído para manter um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 28%.
Além disso, o banco ressalta que essas receitas já representam cerca de 40% do lucro por ação (EPS), com a expectativa de que alcancem aproximadamente 50% nos próximos dois anos.
Com esse cenário, o BofA revisou suas projeções de lucro líquido para 2025 e 2026, elevando-as em cerca de 20%, posicionando-as 15% acima das estimativas de consenso.
Porto (PSSA3): lucro cai 13,6% no 2T24, com efeito de enchente no RS
A Porto (PSSA3) apresentou um lucro líquido de R$ 584 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), um resultado 13,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi afetado negativamente pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que geraram um impacto de R$ 87,2 milhões no resultado. Além disso, a rolagem de títulos de renda fixa também contribuiu para pressionar a linha final do balanço.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) alcançou 18,5% durante o período.
A Porto Seguro, responsável pelas operações de seguros da companhia, registrou uma receita de R$ 5,2 bilhões, representando um crescimento de 3,6% em comparação ao segundo trimestre do ano anterior.
O segmento de automóveis, principal área de atuação, teve um aumento de 0,7%, enquanto os seguros patrimoniais cresceram 12,6% e os de vida, 5,9%.