Presidente do BC defende disciplina fiscal com “olho no social”

A declaração do presidente do BC surge após o presidente Lula criticar a taxa Selic

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (15) que é preciso “garantir uma disciplina fiscal, mas de olho no social”. A declaração do economista surge após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticar os juros altos estipulados pela instituição monetária.

“Fiscal com social é que acho que é o importante, acho que hoje é o que a gente precisa concentrar, precisa ter disciplina fiscal entendendo que precisamos ter olho mais especial no social, ele exige escolha e métodos”, afirmou Campos Neto, em fala improvisada durante sessão no Senado Federal. 

“Quanto mais transparente e eficiente o (serviço) público for, mais aptos nós seremos em captar recursos privados e levar o País a crescer de forma sustentável”, acrescentou o banqueiro. 

Na visão do presidente do BC, a transparência na administração das contas é um “enorme serviço”. “Os avanços nos ganhos institucionais precisam ser mantidos, os ganhos institucionais que o País teve nos últimos anos são importantíssimos”, afirmou.

Campos Neto irá propor nova meta de inflação para 2023

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou na semana passada a membros do governo Lula que defenderá uma mudança na meta de inflação de 2023.

A nova meta de inflação que deve ser estabelecida pelo BC para 2023 é de 3,5%, acima dos 3,25% que havia sido colocado anteriormente. A margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A alteração da meta de inflação para 2023 deve ser proposta por Campos Neto na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), no dia 16 de fevereiro.

O CMN é composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do planejamento, Simone Tebet, além de Campos Neto.

A proposta do presidente do Banco Central, caso ocorra, acontecerá após críticas do presidente Lula ao alto patamar da taxa básica de juros (Selic) no Brasil e defender o aumento da meta de inflação.