ESG

Presidente da Vale (VALE3): siderúrgicas levarão mais tempo para se descarbonizar

A razão principal são os altos custos ligados aos modelos de produção para reduzir a pegada de carbono, disse o presidente da Vale

Vale
Vale / Foto: Divulgação

Os modelos de produção para reduzir a pegada de carbono na indústria siderúrgica levará mais tempo que o previsto para ser implementada, na visão do presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta.

A razão principal são os altos custos ligados a esses modelos, bem como um mercado global desafiador para os produtores de aço.

“Tem sido difícil para eles fazerem a transição para produtos de baixo carbono, difícil manter o negócio de forma lucrativa”, disse o presidente da Vale.

“Isso vai acontecer (a descarbonização), mas levará mais tempo”, prosseguiu Pimenta em sua análise, de acordo com o “Valor”. O executivo concedeu entrevista após encontro anual com investidores da empresa na Bolsa de Valores de Nova York.

Por conta das taxas de juros altas e preços mais baixos do aço, produtores ao redor do mundo têm sido pressionados por custos maiores, considerando também uma economia vacilante da China. O que os produtores buscam, segundo Pimenta, é principalmente permanecer lucrativos no momento, preferindo matérias-primas mais baratas.

O presidente destacou, segundo o veículo, que a Vale tem se manifestado sobre a produção de minério de ferro de alta qualidade que resulta em menores emissões de carbono, mas o preço é uma grande questão atualmente.

“Os clientes da indústria automobilística, por exemplo, ainda não estão dispostos a pagar por produtos com menor emissão de carbono”, disse ele.

Uma estratégia que se adapte às condições de mercado é importante para a Vale, disse Pimenta, caso os compradores peçam produtos mais baratos e não materiais de alta qualidade, por causa da lucratividade.

“Temos flexibilidade para operar de forma diferente”, ponderou o executivo.

A expectativa da mineradora pe produzir entre 325 milhões e 335 milhões de toneladas de minério de ferro em 2025, em comparação com cerca de 328 milhões de toneladas neste ano.

Vale (VALE3): minério a US$ 90 deve ser o ‘ponto de equilíbrio’

O presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, disse acreditar que o nível de US$ 90 por tonelada do minério de ferro é um “breakeven” para a indústria.

“Sempre que o preço vai abaixo dos US$ 90, o mercado reage”, afirmou Pimenta, em entrevista coletiva após o Vale Day em Nova York. “Começamos a ver alguns sinais de melhoria na economia chinesa”, completou ele.

Quanto às expectativas relacionadas ao governo de Donald Trump e a possibilidade de tarifas maiores nos EUA, Pimenta reiterou que o país é um mercado importante para a Vale, considerando os metais básicos. 

“Em termos de tarifas esperadas, temos que esperar para ver o que acontecerá e que medidas outros países vão tomar. Continuamos otimistas sobre a relação entre oferta e demanda”, comentou o presidente da mineradora.

Em paralelo a isso, sobre a estratégia com a controlada Vale Base Metals (VBM), sem descartar a possibilidade de uma IPO (oferta inicial de ações), Pimenta afirmou que há um caminho para criar valor. 

“Temos flexibilidade e opções na VBM. Se pudermos trazer algum parceiro, podemos avaliar. Pode ser um minerador ou um investidor estratégico”, afirmou o executivo.

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