O presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que mais uma elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juros é uma possibilidade para a próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), em julho. Os comentários chegam após o Fed subir em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros nos Estados Unidos, maior movimento desde 1994.
Powell disse que a meta de juros do banco ainda está muito abaixo da chamada taxa neutra (taxa de juros que nem impulsiona e nem prejudica o crescimento econômico) e que normalizar a política monetária é o objetivo imediato do BC norte-americano.
O presidente do Fed ainda disse que os integrantes do banco acreditam que a taxa neutra está em torno dos 2,5%, e que as projeções dos membros do BC norte-americano colocam a taxa de juros em terreno restritivo até o fim do ano.
Powell afirmou que gostaria de ver um maior equilíbrio entre a demanda e a oferta de mão-de-obra: “gostaríamos de ver uma moderação da demanda [por bens e serviços]. Ela está quente demais.”
O banqueiro ressaltou que a taxa de desemprego segue em níveis historicamente baixos e que, independente de qualquer aumento na taxa de desemprego, a política monetária do Fed ainda pode ser bem-sucedida.
“Não queremos colocar a economia em recessão”, relatou Powell. Ele ainda disse que “é muito importante manter as expectativas de inflação ancoradas” em torno da meta de 2% de inflação do Fed.
Mesmo com o anúncio do aumento na taxa de juros, os principais índices da bolsa de Nova York registraram ganhos. O Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq-100 tiveram altas de 1,00%, 1,46% e 2,49%, respectivamente.
Atualmente, o Fed está entre a cruz e a espada, considerado o cenário duradouro de alta da inflação nos EUA e o impacto da elevação dos juros sobre o mercado acionário, além da possibilidade de recessão.