O presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, reconheceu que está mais difícil controlar a inflação sem prejudicar o mercado de trabalho norte-americano, mas afirmou que ainda há um grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda de mão-de-obra, que precisa ser reduzido para controlar a disparada dos preços.
Powell afirmou que a taxa de desemprego, que ficou em 3,6% em maio, está em níveis historicamente baixos, mas ressaltou que “nunca há pessoas demais querendo e podendo trabalhar”.
O banqueiro, ainda assim, ressaltou que o mercado de trabalho está “extremamente apertado” e que “gostaríamos de ver um equilíbrio maior entre oferta e demanda no mercado de trabalho”.
Questionado sobre a possibilidade de que o aperto monetário possa gerar uma recessão, o presidente do Fed apontou que, mesmo com a elevação de juros anunciada na quarta-feira (14), ela segue muito abaixo da chamada taxa neutra (taxa de juros que nem impulsiona e nem prejudica o crescimento econômico). Os integrantes do Fed acreditam estar em torno dos 2,5%.
Powell ressaltou que o Federal Reserve não quer colocar a economia em recessão, mas disse que a autoridade monetária está ciente dos custos gerados pela disparada dos preços.
“Muitas pessoas estão passando por uma inflação elevada pela primeira vez”, apontou.
Jerome Powell não descarta nova elevação na taxa de juros
Jerome Powell ainda disse que mais uma elevação de 0,75 ponto percentual é uma possibilidade para a próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), em julho. Os comentários vêm após o Fed anunciar uma elevação de 0,75 ponto percentual na meta de juros do Fed, sendo o maior movimento desde 1994.
Questionado sobre os planos futuros do Fed, o banqueiro norte-americano afirmou que não acredita que movimentos desta magnitude se tornarão comuns e ressaltou que a divergência em relação à sinalização dada anteriormente foi fora do comum.