Privatização: sete estados planejam vender empresas públicas

Sete governadores brasileiros planejam privatizar alguma estatal nos próximos quatro anos, segundo levantamento do Estadão

Sete governadores brasileiros planejam privatizar alguma estatal nos próximos quatro anos, segundo levantamento do Estadão. Alguns chefes do Executivo já venderam algum ativo desde o início de 2023. Segundo o jornal, a área de maior interesse é a de infraestrutura.

Os estados que já demonstraram esse desejo, até agora, foram: Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. O Espírito Santo, governado por Renato Casagrande (PSB), foi o único já privatizou uma empresa pública, a ES Gás. Em março deste ano, empresa foi comprada pela Energisa (ENGI11) por R$ 1,4 bilhão em leilão.

Em Minas Gerais, a fila de desestatização conta com Cemig (CMIG4), Codemig e Copasa (CSMG3). Desde antes da reeleição, o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), disse que daria andamento à agenda de privatizações.

Em dezembro do ano passado, o governo local afirmou, em nota, que planejava vender a Cemig por meio de uma operação de venda de ações que tornaria a elétrica uma “corporation”, com controle pulverizado.

No Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) já afirmou que pretende se desfazer da Copel (CPLE6). Em São Paulo, Sabesp (SBSP3) e Emae compõem a lista de empresas a serem vendidas pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Ainda de acordo com a reportagem, outros Estados podem usar algum tipo de capital privado, como concessões ou Parecias Público-Privadas (PPPs), ao invés da privatização. Neste grupo, estão: Santa Catarina, Rio de Janeiro, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Distrito Federal, entre outros.

 

Lula tira Correios do programa de privatização

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai na contramão das unidades da federação que querem se desfazer de empresas públicas. O presidente editou no início de abril, um decreto que exclui do programa de privatização os Correios. Na lista também estão a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Dataprev, incluídas anteriormente pelo então chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL).

O decreto exclui essas e outras empresas do PND (Programa Nacional de Desestatização) e revoga a qualificação de companhias e ativos no âmbito do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República), segundo edição extra do Diário Oficial da União.

Para PPI, o governo retirou da lista os armazéns e os imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) e a Telebras.

Em janeiro deste ano, o chefe do executivo determinou a revogação de atos que davam andamento à privatização das estatais.

Na lista também constam o Nuclep (Nuclebras Equipamentos Pesados), o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias) e o Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada).