Para o ano que vem é esperado que a produção de petróleo do Brasil cresça em torno de 6%, alcançando os 3,6 milhões de barris por dia (bpd), contra a média acumulada de 3,4 milhões de bpd neste ano até outubro, segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), publicados nesta segunda-feira (16).
Anteriormente, o Plano Decenal de Expansão de Energia da Empresa de Pesquisa Energética havia apontado uma estimativa superior a essa projeção do IBP, considerando o intervalo até 2034.
O Plano, que está disponível para consulta pública, aponta para um crescimento de mais de 10% da produção do petróleo no país, para mais de 4 milhões de bpd.
Petróleo fortalece o Brasil como notável player global de exportação
O resultado da balança comercial brasileira, divulgado na semana passada, mostrou que o petróleo se tornou a commodity mais exportada do País. Para especialistas, isso fortalece o Brasil como um novo player mundial do setor e puxa mais investimentos externos.
Conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, de janeiro a novembro o petróleo desbancou a soja de forma inédita na série histórica e se tornou o principal produto da exportação brasileira.
No período de 11 meses, o embarque da commodity somou o valor de US$ 42,76 bilhões, o que representa um avanço de 9,5% contra o mesmo período do ano passado.
Na visão de Bruno Carlos de Souza, CEO da Souzamaas, quando se trata especialmente do petróleo cru de alta qualidade, esses dados consolidam o Brasil como um importante player global.
“Isso atrai investimentos internacionais e posiciona o país como um fornecedor estratégico, especialmente para regiões como Ásia e Europa. Além disso, a diversificação de mercados compradores aumenta a resiliência econômica diante de oscilações no mercado global”, disse o executivo em resposta ao BP Money.
No entanto, o analista da Levante Inside Corp, João Abdouni, tem uma avaliação mais reticente, e mesmo projetando a liderança interna do petróleo no setor em 2025, ele ressaltou que o Brasil representa apenas 3% dessa produção global, que é encabeçado pelos EUA, Arábia Saudita e Rússia.